Levantamento mostra que quase 70 pessoas vivem em situação de rua em Varginha

Albergue do município é limitado e não consegue abrigar a todos.



Quase setenta pessoas estão vivendo em situação de rua em Varginha (MG). O número obtido em um levantamento feito pela prefeitura é referente ao mês passado. O albergue do município é limitado e não consegue abrigar a todos.

O albergue da cidade tem capacidade para 24 homens, que só podem entrar entre 19h e 21h. Quem não consegue, tem que dormir na rua.

"É bastante tenso, muito tenso, principalmente por causa dos meus problemas psicológicos com a minha família, a gente fica sempre pensando, a madrugada é cruel", disse Michael Jonatan e Silva, que vive em situação de rua.

Segundo moradores, próximo ao albergue existe um corredor que dá acesso ao quintal do espaço. No local, tinha lixo e uma embalagem de bebida alcoólica. Quem vive por ali diz que falta apoio aos moradores de rua, que acabam vagando pelo bairro.

"À tarde aqui, 17h, 18h, até 21h, é um verdadeiro problema, verdadeiro sufoco. Falta de respeito, falta se asseio, pessoas, senhoras, meninas, senhores, tudo, eles cercam para pedir, agride a pessoa", contou o aposentado Milton Camilo.

Do albergue, eles podem ir pela manhã ao centro de referência especializado para população em situação de rua. No Centro Pop, eles tomam café da manhã e banho. Segundo a prefeitura, eles passam pela assistência social e psicólogos.

Segundo a prefeitura, existem 67 pessoas vivendo nas ruas da cidade, sete a mais do que em junho. Nesses atendimentos, o que se busca é tentar resgatar primeiro o mínimo de condições de sobrevivência.

"No Centro Pop existem dois serviços que são ofertados para a população: o serviço especializado de atendimento à pessoa em situação de rua, que é feito por uma equipe técnica, que faz toda a identificação para as demandas dessa pessoa e encaminha ela para os equipamentos públicos que ela precisa. Lá também existe uma estrutura de lavanderia, onde essas pessoas podem levar suas roupas e banho, tem estrutura para higienização. Ou seja, a pessoa pode passar o dia todo no Centro Pop, tendo acesso a atendimento técnico e às condições mínimas de sobrevivência", explicou a coordenadora de proteção social, Viviane Capitani Ferreira.

Não há dados sobre o número de pessoas que deixam as ruas depois dos atendimentos. Mas isso é o que muita gente que está nessa condição deseja.

"Eu espero poder sair dessa vida, voltar de novo a ter uma família e seguir minha vida em frente com fé em Deus", completou Michael.

Fonte: G1 Sul de Minas