Prefeito lança campanha pela saída da Copasa de Pouso Alegre

O motivo seria o lançamento de esgoto a céu aberto em diversos pontos da cidade, apesar da companhia cobrar taxa de esgoto nessas regiões.



Depois de iniciar uma batalha judicial com a Copasa pela suspensão da taxa de esgoto, a Prefeitura de Pouso Alegre pode optar pela ruptura do contrato de concessão que o município mantém atualmente com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais.

O motivo seria o lançamento de esgoto a céu aberto em diversos pontos da cidade, situação que ocorre, apesar de a companhia cobrar taxa de esgoto nessas regiões.

Nesta terça e quarta-feira, 18, o prefeito Rafael Simões (PSDB) fez circular nas redes sociais dois vídeos intitulados #ForaCopasa, dando início ao que parece ser uma campanha. E novos vídeos devem ser publicados, já que se trata de uma série de cinco.

Nas gravações, que têm entre 1 e 2 minutos, o político aparece ao lado de vereadores e secretários de sua administração em pontos diferentes da cidade, mostrando esgoto lançado pela empresa e buracos feitos em vias recém-pavimentadas.

"Eu não sei mais o que fazer, porque falta de multar não é. Nós precisamos agora é trabalhar para tirar essa empresa de Pouso Alegre que não trata esgoto, que não fornece água e que não tapa os buracos que abre por toda a cidade", diz o prefeito em um dos vídeos.

O prefeito afirma que não há mais diálogo possível com a empresa. "Chega disso, nós não queremos mais Copasa na nossa cidade. Vai embora Copasa. Já que você não quer trabalhar para o povo", dispara no segundo vídeo da série.

Apesar de anunciar a ruptura, o prefeito deixa ao menos uma possibilidade em aberto para a empresa: a de que ela resolva todos os problemas de forma célere e definitiva.


Disputa na justiça

Em março, a Prefeitura entrou com uma ação na Justiça pedindo a suspensão da cobrança da taxa de esgoto. A medida se baseou nos resultados de uma comissão parlamentar de estudos da Câmara Municipal que identificou, dentre outras irregularidades, lançamentos irregulares de esgoto e o não tratamento dos resíduos mesmo em regiões em que o serviço é cobrado pela companhia na conta de água.

Em maio, a Justiça deu provimento parcial ao pedido do município, dando prazo de 120 dias para que a Copasa adeque seus sistemas de coleta e tratamento de esgoto na cidade, sob pena de multa diária de R$ 7 mil. A companhia recorreu da decisão. Medida que enfureceu Simões.

"A Copasa recorreu da decisão do juiz que manda ela fazer o serviço dela. É para isso que ela é boa, ela é boa para recorrer das decisões e manter o nosso povo no meio desse merdeiro", ataca o prefeito no segundo vídeo da série #ForaCopasa.