Moradores de São Lourenço (MG) se mobilizaram num mutirão de doadores de medula óssea para ajudar uma jovem de 22 anos que há dois meses recebeu o diagnóstico de leucemia linfoide aguda, uma doença do sangue e da medula que afeta os glóbulos brancos. A campanha para a jovem Aline Luz, que teve início na internet, já mobilizou pelo menos 2 mil pessoas.
"Desde então eu comecei o meu tratamento com quimioterapia, porém na semana passada eu recebi a notícia do meu médico que eu precisaria fazer um transplante de medula. Depois que eu recebi essa notícia, eu fiz uma enquete no meu Instagram, perguntando para as pessoas que me seguem, se eu podia contar com elas, com o cadastro na doação de medulas e viralizou", disse a vendedora Aline Luiz de Oliveira, em vídeo enviado ao EPTV 2.
A idealizadora da campanha, Paloma Wenceslau, afirma que há 26 dias tenta encontrar alguém compatível, caso contrário, o quadro da Aline pode piorar.
"A partir de hoje são 26 dias que a gente tem para encontrar esse doador de medula compatível com a Aline. Porque daqui a 26 dias a equipe médica avaliou pela bateria de exames que ela fez, vai acontecer a disseminação da doença no organismo dela, ela vai estar digamos assim, curada e aí a gente precisa entrar então com esse transplante, já tem que estar tudo prontinho, o doador tem que estar ok, os exames, para estar acontecendo esse transplante, porque depois dessa disseminação ela pode ter uma recaída", disse a idealizadora da campanha, Paloma Wenceslau.
Entrave
Com cerca de 2 mil pessoas dispostas a ajudar, o problema é que na região há poucos locais habilitados para coletar amostras de medula. Um dos postos é a Fundação Hemominas, em Pouso Alegre (MG), que não consegue atender toda esta demanda.
Segundo a Fundação Hemoninas, no momento, a unidade de Pouso Alegre não tem condições de viabilizar uma campanha de cadastramento de candidatos à doação de medula óssea em São Lourenço, tudo devido a dificuldades financeiras enfrentadas, e redução da equipe por aposentadorias ainda sem reposição de pessoal.
Voluntários tentaram levar uma equipe do Hemominas para São Lourenço, mas por enquanto não tiveram resposta.
"A gente já conseguiu van, transporte, pessoas, alimentação, se o hemocentro determinar que a gente consiga médicos e biomédicos, a gente também consegue, se determinar que a gente precisa de um local, a gente consegue, eles já vieram aqui uma vez fazer essa coleta. Só que o que acontece, está havendo uma burocracia e essa burocracia está levando um tempo e a Aline está correndo contra o tempo, não só a Aline, tem muitas crianças na fila", disse a empresária voluntária, Denise Lage.
A fundação informou ainda que os doadores também estão sendo recebidos na unidade de Poços de Caldas (MG).
Fonte: G1 Sul de Minas