Operação Aliado prende 41 suspeitos de integrar quadrilhas do tráfico



A megaoperação da Polícia Civil batizada de “Aliado”, mudou a rotina de Três Pontas nesta quinta-feira (30). O forte aparato chamou a atenção dos moradores e o movimento das equipes logo as 6:00 da manhã despertou muitos moradores. Foram 200 policiais civis (das regionais de Varginha, Campo Belo, Três Corações e também de Lavras), 24 policiais militares, que cumpriram 43 mandados de prisão, 48 de busca e apreensão em toda a cidade, utilizando armamento pesado, cães farejadores e a aeronave “Carcará” da Polícia Civil. Ao todo 41 pessoas foram presas. Drogas, aparelhos celulares, materiais utilizados para embalar os entorpecentes, comprovantes de depósitos bancários, dinheiro e veículos foram apreendidos.

Os alvos da polícia foram os integrantes de duas quadrilhas responsáveis pelo comando do tráfico na cidade. De acordo com o delegado responsável do caso, Dr. Andrey Michel Alves Leite, as investigações começaram há dois anos e neste período, vários desses suspeitos já haviam sido presos e quase 30 quilos de drogas foram apreendidas.

Neste período, a polícia descobriu que eles colaboravam um com o outro. A cidade estava dividida entre as duas quadrilhas e quando faltava determinada droga em um alguma localidade, a outra fazia o fornecimento, o que segundo o delegado regional de Varginha Dr. Wellington Clair configura como associação ao tráfico de drogas. Vários mandados foram cumpridos no bairro Padre Vitor, onde a atuação da Polícia Civil tem sido sistemática no combate ao tráfico.




Felipinho um velho comandante do tráfico

Um dos principais alvos da polícia, foi Felipe de Paula Silva “Felipinho” de 26 anos. Bastante conhecido no tráfico de drogas, o rapaz tem padrão de vida diferenciado dos demais. Está construindo uma casa avaliada em R$400 mil no bairro Santa Tereza. Atua no crime a mais de 10 anos e estava preso em regime semi aberto desde em outubro do ano passado, quando foi encontrado em Varginha, seus familiares, como sua mãe, Marcelene de Paula Silva de 46 anos continuaram o trabalho no tráfico. Vários bens adquiridos por Felipinho eram colocados no nome dela para tentar não levantar suspeita. Ao tentar deixar o Presídio nesta manhã ele foi informado de mais um mandado de prisão.

Psicóloga usava influencia a favor do crime

A psicóloga Louise Costa Veloso de 40 anos também foi presa no bairro Parque Veredas. Profissional respeitada, ela trabalhava na Prefeitura, era responsável pelo processo seletivo de grandes empresas da cidade e não levantava suspeita. Segundo explicou o inspetor da Polícia Civil Gustavo Domingos, ela gerenciava uma célula que era vinculada a essa principal, do bairro Padre Vitor. Usava da sua influência, tinha acesso a vários órgãos públicos, contato com usuários de drogas por conta de sua profissão e repassava informações privilegiadas ao grupo. A psicóloga passava despercebida, até quando começou a ser monitorada. Através dela foi possível identificar outras pessoas.

Quando a polícia chegou, encontrou Louise com seu namorado, Edson de Jesus Gomes Júnior 26 anos outro alvo da Operação Aliado. Na casa de Louise foram apreendidos, maconha, balança de precisão e uma pistola de brinquedo. Na sua saída, Louise negou que tenha envolvimento com o tráfico e disse que a sua prisão era por causa de seu ex-namorado, Alessandro Carioca de Oliveira Filho “Lelê”. Ele só foi preso durante a tarde em casa, no bairro Santa Edwirges. A mãe dela, Maria José Costa Veloso de 60 anos que morava ao lado também foi presa. Ela escondia uma caderneta em casa anotações sobre a venda de drogas.

Outros presos

Um comerciante dono de duas lanchonetes foi preso. Gustavo Vilela Coimbra atuava como laranjas e usava o estabelecimento para lavar dinheiro através da venda de lanches. “É comum não ter que fornecer nota fiscal na venda dos lanches e não ter o controle das vendas. Eles usam isto para lavar o dinheiro do tráfico de drogas”, detalha o inspetor Gustavo Domingos.

Os presos podem responder aos crimes de tráfico de drogas, associação ao tráfico, organização criminosa, corrupção de menores e lavagem de dinheiro.

Operação faz crescer a sensação de segurança na cidade

A Operação Aliado é a maior já realizada em Três Pontas. Todas as que estão sendo deflagradas na região tem gerado um efeito super positivo apontou o chefe do Departamento da Polícia Civil, Dr. Pedro Paulo Marques. “Estamos enfrentando e combatendo o tráfico de drogas para que não aumente e não cresça na nossa região” diz.

O delegado regional Dr. Wellington Clair espera que Três Pontas permaneça calma e tranquila, rendendo agradecimento a atuação do delegado Dr. Andrey, toda a sua equipe e da parceria com a Polícia Militar, que com muita seriedade está promovendo esse enfrentamento da criminalidade. “O Dr. Andrey tem a responsabilidade de prosseguir com os trabalhos de polícia judiciária, de investigação criminal. Qualquer outra situação semelhante a esta, estamos prontos a dar a resposta à sociedade e a população de bem.

Presos no Presídio

Um forte esquema de segurança foi montado no Centro. Várias ruas foram fechadas e o acesso a Praça Tristão Nogueira ficou restrito aos policiais e a imprensa. Familiares dos presos permaneceram a manhã inteira na frente da Delegacia, até a saída deles para o presídio. No fim da manhã, já vestindo uniformes eles foram levados de ônibus para o Presídio, escoltados por viaturas do sistema prisional, da Polícia Militar e da Polícia Civil.

Fonte: Equipe Positiva