Médico é preso suspeito de matar a tia com injeção letal no Sul de Minas

A polícia apreendeu no banheiro do hospital cloreto de potássio e relaxante muscular.


Um médico foi preso nesta quinta-feira, 13 em Boa Esperança, suspeito de homicídio. Ele é suspeito de matar a própria tia com uma injeção dentro do hospital da cidade.

O médico Carlos Roberto Naves Moraes, de 72 anos, foi ouvido nesta quinta-feira, 13. Ele negou o homicídio.

Ele disse que acompanhava a saúde dela há muito tempo, que ela era alérgica a uma medicação e que os médicos que atenderam o caso podem ter aplicado por engano a medicação e causado a morte.

América Moscardini, de 78 anos, deu entrada no pronto-socorro com sintomas de edema pulmonar. Ela foi atendida e o quadro de saúde dela era estável.

Segundo testemunhas, o médico pediu para ficar sozinho com a vítima. Ele teria tentado isso várias vezes e pouco tempo depois ela morreu. Os funcionários acharam isso estranho e chamaram a polícia.

A polícia apreendeu no banheiro do hospital cloreto de potássio e relaxante muscular. Esses medicamentos seriam letais e a polícia passou a tratar o médico como suspeito. Câmeras de segurança mostraram ele indo para a farmácia.

“Nós colhemos câmeras de segurança no hospital local e fica cabalmente demonstrado que ele adquire um desses remédios para aplicação na vítima. As imagens ainda estão sob a análise, mas mostram todo o percurso feito por ele da farmácia até o local onde a vítima estava internada”, disse o delegado Alexandre Boaventura Diniz.


A polícia disse ainda que o médico não queria que fosse feita autópsia no corpo.

“Exatamente, a partir do momento em que ele soube que o corpo seria encaminhado para necrópsia pelo IML em Varginha, ele passou a falar no hospital que ele mesmo faria a declaração de óbito dela ou que ele mesmo faria a necrópsia, de modo que a gente imagina que ele acreditava que com isso ele conseguiria ocultar o crime que ele praticou”, disse o delegado.

Além do médico, que está preso no presídio da cidade, outras seis testemunhas foram ouvidas nesta quinta-feira.

“A versão das testemunhas são todas unânimes no sentido da eutanásia. Inclusive na chegada da paciente no hospital, constou na ficha do Samu que ela não tinha nenhuma alergia”,completou o delegado.

A delegacia ainda investiga se esse médico teria participado de outras mortes semelhantes a essa.

A Prefeitura de Boa Esperança, responsável pela administração da Santa Casa, disse que vai aguardar o laudo da necropsia para se manifestar.

A prefeitura informou ainda que o médico foi afastado de todas as suas atividades.


Fonte: Portal Onda Sul