Venezuelanos são acolhidos por moradores de Carvalhos após deixarem país vizinho

Grupo de 11 pessoas recebeu ajuda da comunidade para se restabelecer no Brasil.



Muitos venezuelanos estão cruzando a fronteira do Brasil para fugir da crise no país vizinho. Por dia, cerca de 450 chegam à Roraima em busca de melhores oportunidades. Comovido com a situação, um padre de Carvalhos, junto com outras pessoas, conseguiu trazer um grupo que foi acolhido na cidade.

Da Venezuela até o município de Carvalhos, são mais de 5 mil km. Mas a distância não impediu a vontade recomeçar, nem o idioma dificultou o acolhimento.

“O povo mineiro é um povo acolhedor, eu acredito nisso. Inclusive porque aqui mesmo, eles estão sendo muito bem acolhidos pela população, pelos trabalhos, pelo sistema público. Então isso ajuda muito”, diz o padre Alex José Adão.

As famílias passaram ficaram um tempo em Boa Vista morando nas ruas por lá. Até que um grupo da igreja católica e também uma moradora da cidade doaram uma casa pra eles pudessem ter um lar.

Os 11 venezuelanos estão há menos de uma semana em Carvalhos. Eles ganharam móveis , roupas e tentam se adaptar. Hildemaro Campos é açougueiro e diz que deixou a Venezuela com medo do desemprego e, principalmente, da fome por causa do preço alto dos alimentos.

“O salário não dava para pagar. Não dava para nada mais. Tudo nas nuvens”, afirma.

Agora, eles querem garantir um emprego. O venezuelano Alexander Pernia conta que além de sustentar a família no Brasil, eles precisam enviar dinheiro para a Venezuela para ajudar parentes que ficaram por lá.

Já a cozinheira Andrea Coa ainda sonha em voltar para casa. “Nossos coração está na Venezuela”

Enquanto isso, o município tenta apoiar os novos moradores.

“Primeiro momento é atender a necessidade alimentar e de residência. Posteriormente eles vão ser inseridos na educação, as crianças serão matriculadas. E a Saúde já está com uma equipe toda preparada para dar o suporte para eles no que for preciso, fazer todos os exames que forem necessários, colocar a vacinação em dia. Passando esse primeiro momento, aí a gente vai pensar no mercado de trabalho”, explica a assistente social Priscila Resende Andrade.

“Resgatar os sonhos. Acredito que esse seja o grande trabalho, fazê-los sonhar novamente, porque perderam, deixaram tudo. Então é resgatar sonhos”, diz o padre Elberson de Andrade, também conhecido como padre Taquinho.
Fonte: G1 Sul de Minas