O Governo do Estado de Minas Gerais decretou em 20 de abril, situação de epidemia em Três Pontas, por conta da Dengue. Dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde nesta quarta-feira (24), já são 880 casos suspeitos, 157 confirmados e 60 foram descartados. Esta não é a primeira vez que isto acontece. Em abril de 2015, uma epidemia também foi registrada. Na época, eram 986 notificados, 135 confirmados e uma morte.
A partir deste momento, a Prefeitura está criando no Hospital São Francisco de Assis, em uma extensão do Pronto Atendimento Municipal (PAM), um setor específico e exclusivo de atendimento para pacientes com suspeita de Dengue ou com a doença confirmada, assim como aconteceu a três anos atrás. Apesar de desde o início do mês ter ampliado o número de médicos atendendo no PAM, a situação complicou e todas as unidades de saúde estão superlotadas.
A alta transmissibilidade alcançada, como é chamada pelo Ministério da Saúde, terá uma curva edêmica em 15 de maio, quando a situação começará a ser amenizada, explica a secretária municipal de Saúde Teresa Cristina Correa Rabelo. Os dados do Ministério de Saúde retratam que 88% dos criatórios do mosquito transmissor da Dengue são residenciais. A presença do lixo individual preocupa a Prefeitura e na visão dela, os moradores teve sua parcela e favoreceu a epidemia.
Reforço no combate
A Prefeitura estará recebendo da Secretaria de Estado de Saúde o fumacê pesado. A caminhonete equipada com uma bomba que percorre as ruas da cidade chega nos próximos dias. O fumacê leve que está sendo realizado o dia todo pelos agentes, nos bairros com maior índice de casos suspeitos, ganhou mais uma bomba costal e agora são três.
No Cemitério Municipal, onde foram encontrados focos do mosquito Aedes Aegypti está sendo feito a aplicação de um produto residual. A orientação é que quem vai visitar os túmulos dos entes queridos, redobrem os cuidados, pois o mosquito está para todo lado.
Atendimentos comprometidos
Há algumas semanas, as consequências deste aumento dos casos de Dengue, estão visíveis nos postos de saúde e também no Pronto Atendimento Municipal (PAM). Além dos tradicionais horários de pico, o movimento está constante o dia todo. A demanda aumentou cerca de 45%, segundo o médico Chefe do PAM Dr. Lucas Eduardo Erbst Marques, cresceu e toda a rede foi atingida, até mesmo a rede privada. Atualmente 75% dos atendimentos que são feitos no PAM são de casos suspeitos ou confirmados de Dengue. A média é atender na Unidade, uma média de 6 mil pessoas por mês, sendo de 200 a 250 a cada plantão de 24 horas. Só em março foram 8,2 mil. Os gastos também cresceram e são custeados pela própria Secretaria Municipal de Saúde que não recebeu recurso nenhum de outra esfera. Um dos exemplos é a quantidade de soro que está sendo aplicado. Fora deste período de epidemia, eram utilizados de 8 a 0 caixas do medicamento por semana. Agora, já chegou a 20. “Temos um esforço muito grande da Prefeitura em manter este aparato”, disse.
Dr. Lucas orienta que nem todas as suspeitas de Dengue se confirmam. Há um protocolo de gravidade da doença para os atendimentos. É preciso que o paciente entenda que nem todos precisam de hidratação venosa, ou seja, receber o soro. As novas regras do Ministério da Saúde são de que a prioridade é crianças, gestantes e idosos. A hidratação é sempre indicada de forma oral, quando a pessoa não está com vômito e debilitada. Assim como a sorologia, o exame para descobrir se é Dengue ou não, não é feita mais em todas pessoas. A medicação e o acompanhamento são feitos de acordo com a gravidade e nos postos de saúde. Em todos os casos, o repouso é necessário. “Nós não negamos atendimento para ninguém, mas o aumento é justamente por conta de pacientes que não tem esta gravidade”, esclareceu o médico.
Por se tratar de um PAM, a espera para ser atendido, pode ser longa por conta dos casos de urgência e emergência. Os problemas mais graves são prioridade de acordo com o Protocolo de Manchester. Quando a orientação é procurar um posto de saúde, a coordenadora da Atenção Básica da Secretaria de Saúde Débora Helena Ribeiro, admite que os postos também estão cheios e os profissionais sobrecarregados. Por isto, quem não conseguir uma vaga com o médico pode procurar a enfermagem que pode atender e analisar caso a caso. “Pedimos a compreensão das pessoas e qualquer coisa estamos a disposição aqui na Secretaria”, diz Débora Helena.
Fonte: Equipe Positiva