Na queda de braço por parar ou não as estradas brasileiras neste sábado, venceu o segundo grupo. Apesar das articulações durante a semana por meio de aplicativos de mensagens, foi bem abaixo do prometido a adesão de caminhoneiros à mobilização geral marcada para este sábado.
A desunião e briga política dentro da categoria e o pronunciamento do governo na sexta-feira são apontados como fatores que contribuíram para acalmar os ânimos – especialmente dos mais radicais, que propunham uma greve como a que parou o país em maio do ano passado. “Essas coisa (paralisação) surgiu em conversas de WhatsApp, mas o que vemos ainda é uma desunião. Não há ainda uma pauta, um documento. Existe sim um descontentamento grande, uma insatisfação grande nos companheiros, mas precisa ter uma discussão formal para convencer a parar”, afirmou o presidente do Sindicato da União Brasileira dos Caminhoneiros, José Natan Emídio Neto. Ele não descarta, no entanto, que novas articulações surjam nos próximos dias.
Até porque a mobilização não foi convocada pelas entidades que representam a categoria, ainda não há um balanço sobre possíveis adesões em Minas Gerais. Mas o que se sabe é que dezenas de caminhoneiros fizeram um protesto no acostamento no quilômetro 700 da BR-116, em Muriaé, durante a manhã. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal em Minas Gerais (PRF-MG), o ato não chegou a afetar o tráfego de veículos. Ainda segundo a PRF não houve nenhum ponto de retenção no estado em razão de protesto de caminhoneiros.
Em Curitiba, no Paraná, um grupo de cerca de 40 caminhoneiros fez uma manifestação na BR-476, Linha Verde, na altura do quilômetro 142. Os caminhoneiros saíram em comboio, pela faixa da direita, sem atrapalhar o fluxo de automóveis, e foram acompanhados por viaturas da PRF. A manifestação acabou por volta das 13h, no quilômetro 122.
Durante a manhã, um grupo chegou a protestar com “buzinaço” em frente à Petrobras, no Vale do Paraíba (SP). Carregando faixas com os dizeres “Não queremos paralisação, queremos solução”, os manifestantes cobraram “a fiscalização da tabela de preço mínimo, uma política justa de combustíveis e o cancelamento das pontuações da CNH e das multas de R$ 5 mil aplicadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)”.
Segundo Everaldo Bastos, membro da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), são pedidos urgentes para que possam exercer o trabalho com dignidade e segurança. A principal reivindicação envolve a política de preços do diesel da Petrobras. Na terça-feira, a estatal anunciou que manterá o preço do diesel congelado nas refinarias pelo prazo mínimo de 15 dias. Os caminhoneiros querem redução no preço e congelamento da tabela por pelo menos 30 dias.
Fonte: Estado de Minas (Com agências)