Índios protestam em rodovia sul-mineira e interrompem fluxo no trânsito
Na manhã desta quarta-feira (27), os dois sentidos da rodovia BR-459, no Sul de Minas, foram interditados devido a um protesto realizado por 80 índios da tribo Xucuri Kariri de Caldas. O cacique da tribo informou que o protesto acontece contra os posicionamentos do Governo Federal. Sendo principalmente em relação ao setor da saúde indígena.
Além disso, na tribo há um posto com atendimento médico duas vezes por semana. Em suma, durante a semana três enfermeiras trabalham para atendimento exclusivo. Os índios informaram que as discussões do governo são sobre a municipalização da saúde nas aldeias.
“Nós temos posto de saúde, não é pra gente brincar. Muitas vezes, um exemplo, uma criança leva uma picada de cobra e tem que ter uma equipe pra cuidar dela. Pessoas adoecem, tem que ter uma equipe pra cuidar delas. Nós não queremos perder uma equipe médica, não queremos perder a nossa escola, não queremos passar uma fase de retrocesso dentro da nossa política“, explicou o cacique Jal Sátiro.
Os indígenas chegaram no trecho da rodovia pela manhã com intuito de parar o trânsito nos dois sentidos por 2 horas. O trecho é na entrada da aldeia. Porém, ocorreu uma negociação com a Polícia Rodoviária Federal. Desse modo, após negociação o protesto durou 30 minutos.
Devido a paralização no trânsito as pistas se congestionaram, nos dois sentidos de Poços de Caldas a Pouso Alegre e no sentido contrário. Somente foi autorizada a passagem de automóveis que transportavam medicamentos e pacientes.
Em nota o Mistério da Saúde esclareceu este caso. Confira:
“O Ministério da Saúde esclarece que a realização de ações na atenção à saúde indígena desenvolvidas pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) é uma das atribuições da pasta e que as eventuais mudanças no desenvolvimento dessas ações de vigilância e assistência à saúde aos povos indígenas ainda estão sendo objeto de análise e discussão.
É importante deixar claro que não existe, no momento, medida provisória do Governo Federal que modifica a política indigenista do país e municipaliza os serviços de saúde de indígenas. Cabe ressaltar que não haverá descontinuidade das ações.
Para isso, o ministério tem se pautado pela garantia da continuidade das ações básicas de saúde, a melhoria dos processos de trabalho para aprimorar o atendimento diferenciado à população indígena, sempre considerando as complexidades culturais e epidemiológicas, a organização territorial e social, bem como as práticas tradicionais e medicinais alternativas a medicina ocidental.”
Fonte: Portal Onda Sul