Produtores de feijão no Sul de MG reduzem área plantada e preço dispara nos supermercados

Preço médio do quilo nas prateleiras é de R$ 8.


Com o baixo preço do feijão carioca no último ano, muitos produtores do Sul de Minas ficaram desanimados com as plantações. Agora, nos dois primeiros meses de 2019, o preço médio do quilo disparou e chegou a R$ 8. Um dos pontos apontados por especialistas é, justamente, a diminuição da oferta do produto no mercado com a redução da área plantada.

“Nós temos três safras de feijão, colhidas agora, em abril e outro no meio do ano. Nessa primeira safra do feijão, nós tivemos uma redução na área plantada no país por volta de 21%. No ano passado, os preços do feijão estavam muito baixos. Não estava pagando o custo de produção dos produtores”, avalia o agrônomo e professor da Universidade Federal de Lavras (Ufla), Silvino Moreira.

A alta no preço no produto nas prateleiras foi de 19,76%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em cidades do Sul de Minas conhecidas pelas plantações de feijão, como São Bento Abade, os produtores tentam retomar as plantações e aumentar a oferta.

O produtor rural Antenor Rabelo só começou a produzir agora por causa do clima. “Nos outros anos normalmente em fevereiro nós não temos essa quantidade de chuvas que caiu esse em fevereiro, que não deixou a gente nem colher o milho e atrasando o plantio do feijão”.

O consumo de feijão no Brasil é de 3 milhões de toneladas por ano. A colheita prevista pelo IPCA será de 2,9 milhões. O tipo carioca é produzido no Sul de Minas. “Se o brasileiro decidisse comer outros tipos de feijão, com certeza ele ia reduzir o preço do feijão carioca na prateleira. Só que o brasileiro hoje, 80% do nosso feijão é o carioca”.

A previsão é de que o preço do produto caia apenas no segundo semestre.

Fonte: G1 Sul de Minas