A Polícia Civil de Aiuruoca (MG) investiga a morte de cerca de 30 animais, entre cães e gatos, em Carvalhos (MG). Segundo a Associação Mineira de Proteção aos Animais, os bichos foram envenenados com chumbinho.
Os óbitos foram registrados nos últimos dois meses e aconteceram nos bairros Centro, Macaquinho, Santa Edwiges, Bela Vista e Prodecom. De acordo com o presidente da associação, José de Anchieta Lopes da Silva, nem todos os animais são de rua.
"São animais de rua e que têm proprietário. Que temos conhecimento até agora, foram cerca de 31, fora os animais que conseguimos socorrer e não vieram a óbito", conta.
Ainda conforme ele, o último registro foi nos dias 17 e 18 de janeiro, quando quatro cães apareceram mortos, três no bairro Santa Edwiges e um na praça central. Desta vez, os animais eram todos de rua.
"As mortes são em períodos de tempo muito próximos, com dois ou três dias de diferença. Algumas vezes, aparecem três animais mortos em um único dia. Acreditamos que esteja acontecendo um extermínio mesmo, pessoas que querem acabar com os animais da cidade", diz.
Caso de polícia
Até agora, a associação registrou quatro boletins de ocorrência sobre os casos. Os documentos apresentados por Anchieta e outros membros à Polícia Militar contêm exames veterinários que comprovam que a causa da morte de alguns dos animais é intoxicação por chumbinho.
Segundo a veterinária Maria Emília Mendes Chaves, responsável pela necrópsia da primeira cachorra encontrada morta na cidade, os sintomas que ela apresentava eram semelhantes a de todos os outros animais que vieram a óbito.
"Foi encontrado no estômago e intestino granulos de chumbinho. Cada veneno tem seus sintomas característicos, eram quadros agudos, todos animais saudáveis. As mortes foram em massa, não foram casos isolados, de animais que adoeceram. Aparecia quatro, cinco animais mortos mais ou menos na mesma região e todos com um quadro agudo", explica.
Um inquérito policial foi aberto para investigar a morte dos animais. Segundo a Polícia Civil, testemunhas foram ouvidas e já existem suspeitas de quem pode estar por trás do crime, mas detalhes não serão comentados, para não atrapalhar as investigações.
Maus-tratos aos animais
Em dezembro de 2018, o Senado aprovou um projeto que aumenta em até quatro anos a pena para quem maltratar animais. A sentença pode aumentar em até um terço (mais de um ano) se o animal morrer.
A proposta prevê ainda multa de até mil salários mínimos (hoje, o equivalente a R$ 998 mil) para os estabelecimentos que permitirem maus-tratos a animais. O dinheiro arrecadado será revertido para instituições de proteção e recuperação dos bichos.
Fonte: G1 Sul de Minas
