O mês de janeiro é tradicionalmente o período mais chuvoso no Sul de Minas. Por causa disso, muitas vezes o excesso de chuvas costuma causar transbordamentos de rios e provocar enchentes. No fim de dezembro e no início de janeiro, várias cidades da região já registraram estragos devido a transtornos causados pela chuva. Apesar disso, segundo a meteorologista Maria Clara Sassaki, do Instituto Somar, as chuvas deste mês de janeiro deverão ficar dentro da média histórica, de 200 milímetros.
"A expectativa é que o mês não vá superar a média histórica. Mas agora a tendência é que as chuvas vão diminuindo e o calor vá aumentando. O volume de janeiro dificilmente supera a média, se superar é uma cidade ou outra, mas de maneira geral, não ultrapassa", diz a meteorologista.
Em 2018, conforme a meteorologista, as regiões de Maria da Fé e Monte Verde tiveram chuvas acima da média, enquanto as regiões de Varginha e Poços de Caldas apresentaram volumes abaixo da média. Mas, pelo menos para este início do ano, a tendência é que os níveis de chuva fiquem dentro da normalidade. Segundo a especialista, um bloqueio meteorológico deverá impedir que chuvas mais volumosas cheguem à região nos próximos dias. Apesar disso, a especialista alerta para riscos que chuvas rápidas, mas intensas, podem trazer ao longo do mês.
"A tendência para os próximos dias é a chuva perdendo intensidade em relação a volumes acumulados porque as frentes não vão conseguir chegar no Sudeste no Brasil, então não organizaram corredores de umidade suficientes para provocar chuvas generalizadas. É possível que a gente termine o mês de janeiro com a chuva até a baixo da média em algumas regiões do Sul de Minas, mas não se descarta o risco para temporais, que são essas chuvas pontuais, mas acompanhadas de rajadas de ventos, trovoadas e até granizo", explica a meteorologista.
Chuvas já trazem estragos
Ainda conforme a meteorologista do Instituto Somar, essas chuvas rápidas, mas intensas, podem trazer riscos como transbordamentos de rios e granizo, que já causaram estragos em algumas cidades da região nos últimos dias.
No dia 27 de dezembro, uma forte chuva que caiu em Cabo Verde (MG) fez o Rio Assunção transbordar e invadir pelo menos 10 residências no bairro Formosa. O barranco de uma residência também desmoronou no bairro Assunção e famílias tiveram que sair de suas casas.
Já nesta semana, chuvas com vento e granizo deixaram estragos em Poços de Caldas, Alfenas e Muzambinho. Em Alfenas, o asfalto de uma das ruas do Jardim Esperança chegou a ser arrancado com a força da chuva.
Em São Gonçalo do Sapucaí, a chuva causou pontos de alagamento e o vento arrancou o telhado de alumínio do palco da Concha Acústica, no Centro.
Ações para evitar enchentes
Uma das cidades que costuma sofrer com as enchentes nesta época do ano, Pouso Alegre (MG) tem tentado reduzir estragos que em anos anteriores afetaram regiões como o do bairro São Geraldo e da Primavera e em outras regiões, como o do Shangrila.
"O que a gente tem feito atualmente é realizar limpezas frequentes das galerias, principalmente essa água pluvial do Centro que ainda acontece de vez em quando, mas a frequência disso vem diminuindo. No Shangrila, tem uma ou duas ruas que vivam tendo problemas de enchentes. Lá nós refizemos a galeria. Atualmente nós estamos fazendo esse mesmo trabalho na Rua Graciema de Paula Rios, que é outra rua que historicamente vem apresentando problemas", disse o superintendente de projetos especiais do município, José Carlos Costa.
Segundo o representante, obras como as das avenidas Dique 1 e Dique 2 ajudaram a resolver problemas de enchentes que afetavam a região do São Geraldo. Agora, a prefeitura está contratando especialistas da Universidade Federal de Itajubá para a manutenção e renovação de licenças das avenidas.
"Ao longo do tempo o município foi se preparando para isso, para reduzir o impacto dessas inundações, que acontecem ali na bacia do bairro São Geraldo, principalmente. Foi construída a Avenida Dique 1, que resolveu parte do problema e ajudou bastante. Aí teve também a Dique 2, conseguiu-se aí preservar um pouco mais a região do bairro São Geraldo, reduziu aquelas enchentes grandes que existiam, que afetavam a população de uma maneira bastante dramática. Mas ainda existem alguns pontos (de enchentes), que pontualmente a gente tem resolvido", concluiu o representante da prefeitura.
Além disso, conforme o secretário, o município tenta um financiamento de R$ 15 milhões junto ao governo federal para fazer obras de novas galerias de chuva na região do bairro Primavera, uma das mais afetadas da cidade.
Fonte: G1 Sul de Minas