Após ficar completamente fechado por mais de 10 anos, o Cassino de Lambari (MG) vai ser reinaugurado nesta sexta-feira (21). A restauração do prédio foi realizada pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge) e custou cerca de R$ 12 milhões.
Como o funcionamento de casas de jogos é proibido no Brasil desde 1946, o antigo cassino vai se tonrar um espaço multiuso e deve receber um museu, que vai ser chamado de de Museu das Águas. O local agora deve reunir os acervos históricos dos municípios que integram o Circuito das Águas.
"A gente tem o Museu das Águas, que a gente vai fazer esse lançamento da implantação. Misturando um pouco desse jogo do clássico, que é a estrutura toda que envolve esse cassino, com o moderno, com uma instalação artística contemporânea", explicou Fernanda Machado, diretora criativa da Codemge.
Além do museu, o novo prédio do cassino vai abrigar também uma biblioteca municipal e uma cafeteria, além de ter áreas abertas ao público.
"A gente abre as portas entendendo que esse é um equipamento cultural e turístico e dando o melhor uso. Então a gente tem a biblioteca. Era um pedido antigo da cidade. A estrutura foi toda projetada para receber o acervo que a cidade tem e que tem oportunidade para oferecer à população com fácil acesso. A gente também tem um café super novinho, super bacana, que a gente espera que seja um ponto de encontro, que a população realmente ocupe essa estrutura e que aqui seja um lugar mesmo em que ele venha fazer o seu pertencimento", completa a diretora.
A história do cassino
O Cassino de Lambari foi construído em 1909 e inaugurado em 24 de abril de 1911. A estrutura tem azulejos, ladrilhos, vasos sanitários e telhas importados da França e da Inglaterra, e sua decoração recebeu obras de arte da China e do Japão.
O imóvel histórico foi tombado pelo Instituto Estadual de Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha) em 2002 e chegou a ficar em mau estado de conservação. Em 2010, parte do teto do salão nobre havia desabado. Placas de gesso e lustres também estavam no chão. Em 2011, moradores já haviam feito um abaixo-assinado pedindo providências.
A situação só começou a mudar em outubro de 2012, quando uma liminar determinou que que o Estado de Minas Gerais adotasse medidas para a preservação do Cassino de Lambari (MG).
A medida foi tomada após um incêndio atingir um dos cômodos do prédio, em maio de 2012. Dentro do prédio, a perícia encontrou um material similar ao coquetel molotov, que é composto incendiário. Um dia antes, moradores cantaram parabéns pelos 101 anos da construção e deram um abraço simbólico no cassino, uma forma de protesto pedindo a restauração do prédio.
Com a decisão da Justiça, a Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais), até então proprietária do cassino, se viu obrigada a iniciar um processo de preservação do local. A companhia, depois deu origem à Codemge, que realiza a reinauguração nesta sexta-feira.
Salão de jogos
O cassino funcionou por apenas uma noite devido a uma briga entre o engenheiro Américo Werneck e o governador da época. A construção foi feita com parte dos recursos do Estado de Minas Gerais e a outra parte do próprio engenheiro.
Conta-se que no dia da inauguração, o engenheiro pediu o ressarcimento do investimento e com a negativa, ele decidiu pelo fechamento do cassino e mandou embora todas as pessoas que haviam sido contratadas para operar as máquinas de jogos.
Fonte: G1 Sul de Minas