Além de esquartejar a esposa, o produtor rural que foi preso neste sábado (10) em Silvianópolis (MG) matou a enteada, de 5 anos, com requintes de crueldade. Para a polícia, Luiz Carlos Martins, de 47 anos, que confessou o crime, disse que a relação entre ele e a esposa era bastante conturbada.
"Segundo ele, a versão, ela era uma pessoa de temperamento difícil, que eles brigavam muito e que inclusive ela já chegou a ameaçar ele de morte algumas vezes", disse o delegado Rodrigo Bartoli.
As tatuagens nas pernas que foram encontradas na beira de uma rodovia, em São João da Mata (MG), na última terça-feira (6), foram a chave para a polícia chegar ao assassino.
Francileide Assis Barbosa tinha 26 anos. Natural de Feira de Santana (BA), ela trabalhava no Sul de Minas como garota de programa até conhecer o produtor rural e ir morar com ele, em Silvianópolis. Com o tempo, ela levou para morar com eles a filha de outro relacionamento, Bruna Carla Assis, de 5 anos.
Ele chegou a negar que tinha cometido o crime, mas após muitas contradições, a polícia suspeitou e foi até a casa onde ele morava com as vítimas e lá encontrou várias evidências do assassinato.
A casa estava cheia de sangue, com respingos nas paredes, portas e até no teto. Algumas manchas, segundo a polícia, foram retiradas com produtos de limpeza.
"Ele teve um desentendimento com a esposa, segundo a versão inicial dele, que ela o ameaçou com uma faca e em seguida ele conseguiu desarmá-la, pegou um martelo e deu marteladas na cabeça dela", disse a médica legista Tatiana Teles Koeler.
No quarto da menina, mais sangue, com uma grande mancha no colchão. Ela foi morta depois da mãe.
"A menina dela ouviu a confusão na cozinha e saiu e foi ver a mãe. Quando ela chegou, ele disse que 'no susto', foi o termo que ele usou, ele deu uma martelada na menina", disse a médica legista.
Conforme a polícia, Luiz Carlos queria dar um sumiço nos corpos e agiu friamente. Ele então levou os corpos para o porão da casa, onde foram esquartejados.
"Lá ele disse que utilizou uma faca de cozinha, onde ele escarnou as porções onde ele iria serrar e depois ele usou um arco de serra. A mãe, ele serrou um dos braços, a cabeça, as duas pernas. Ele também cortou o corpo da menina. Ele alega que a menina não cabia dentro do saco, ele não conseguia dobrá-la", completou a médica.
O corpo da menina foi encontrada em uma fossa, que fica no sítio da família dele, onde trabalhava, em um buraco fundo.
Crimes aconteceram há 2 semanas
Segundo a polícia, os crimes aconteceram no dia 27 de outubro, mas só no dia 6 deste mês, as pernas que estavam em avançado estado de decomposição foram achadas por um lavrador, na beira da rodovia, no município vizinho de São João da Mata.
Luiz seguiu a estrada para abandonar as outras partes do corpo. O tronco da mulher e um dos braços foram enterrados na zona rural de Carvalhópolis. E ainda lá, em um rio, ele disse ter se desfeito das ferramentas usadas no crime e da cabeça da mulher e o outro braço, que não foram encontrados.
As partes recuperadas foram levadas para o IML de Pouso Alegre e serão encaminhadas para a família, na Bahia.
"Dois feminicídios, com todas as qualificadores do homicídio, motivo torpe, dificuldade de defesa da vítima, os crimes de ocultação de cadáver", completou o delegado.
O produtor rural foi levado para o Presídio de Pouso Alegre.
Fonte: G1 Sul de Minas