O magistrado divulgou uma nota detalhando os termos da proposta que aceitou. Leia:
“Fui convidado pelo Sr. Presidente eleito para ser nomeado Ministro da Justiça e da Segurança Publica na próxima gestão. Apos reunião pessoal na qual foram discutidas politicas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito a Constituição, a lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na pratica, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação Lava Jato seguira em Curitiba com os valorosos juizes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes”.
Moro viajou ao Rio de Janeiro nesta quinta-feira para conversar com o capitão da reserva. Moro deixou o condomínio onde mora o presidente eleito às 10h45, após cerca de 1h30 de reunião. Na saída, o magistrado chegou a deixar o carro onde estava para falar com a imprensa, mas, diante do tumulto no local, não fez nenhuma declaração.
Durante o voo de Curitiba para o Rio, Moro falou com a Rede Globo, que o acompanhou na viagem. O magistrado disse que a motivação da reunião se dá em razão de o Brasil precisar de uma agenda anticorrupção e anticrime organizado.
“Se houver a possibilidade de uma implementação dessa agenda, convergência de ideias, como isso ser feito, então há uma possibilidade. Mas como disse, é tudo muito prematuro”, disse o magistrado. Durante o voo, ele chegou a dizer que ainda não havia nada definido. “Ainda vai haver a conversa”, emendou.
Em entrevistas no início da semana, logo após ser eleito Bolsonaro manifestou desejo de que Moro fosse ministro da Justiça ou indicado para o Supremo Tribunal Federal (STF), quando houver vaga, algo que, no cenário atual, só vai acontecer em 2020, ano em que o ministro Celso de Mello completará 75 anos.
Fonte: Yahoo Notícias