Em um mês, foram registrados três casos de brigas entre estudantes em escolas estaduais no Sul de Minas. A última foi entre duas meninas em Lambari (MG). O motivo da briga entre elas foi um par de tênis. O caso ganhou repercussão após um vídeo da briga ser divulgado nas redes sociais.
"Parece que uma menina da escola chegou com um tênis que era parecido com a menina que agrediu a minha sobrinha e a minha sobrinha pegou e brincou: 'Nossa o tênis dela é igual, olha no guarda-roupa para ver se está lá'. Aí essa amiga da menina que agrediu a minha sobrinha foi e contou, aí ela já entrou na sala de aula e agrediu a minha sobrinha", disse a tia da aluna, Graciane Oliveira Roque.
O caso aconteceu na Escola Estadual João Nunes Ferreira, na última segunda-feira (1º). Em um vídeo gravado no momento da briga, ninguém tenta separar as meninas. Um estudante faz até pose para tirar foto.
O pai da menina disse que encontrou a filha, de 14 anos, com o rosto todo machucado. A família só soube do vídeo depois.
"Rosto todo inchado, com a boca sangrando, o cabelo todo bagunçado, dizendo para mim que a menina da sala dela tinha agredido ela. Aí eu entrei na escola e fui pedir esclarecimento para a vice-diretora", disse o pai da menina, Marcelo Reis Roque.
Os pais das alunas estiveram nesta quarta-feira (3) na escola para uma reunião com a diretora.
"Já fiz o boletim de ocorrência, acionei o Conselho Tutelar, o delegado já está a par do que aconteceu, dos fatos, agora eu vou aguardar o que a Justiça tem para ser feito", completou o pai.
A inspetora responsável disse que as alunas foram separadas da turma. A escola ainda tomará medidas mais severas em relação ao uso do celular durante o horário das aulas e pretende realizar projetos pedagógicos para combater a violência entre os estudantes.
A mãe da aluna de 15 anos, que agrediu a colega de sala, disse que ela será transferida de escola.
Em menos de um mês, este é o terceiro caso de violência dentro de escolas estaduais da região. No começo de setembro, um jovem de 19 anos foi esfaqueado no braço por um aluno, em São Lourenço (MG). Já no último dia 17, dois alunos agrediram um professor de matemática em Camanducaia (MG).
Para a psicopedagoga Júlia Eugênia Gonçalves, o compartilhamento dos vídeos em redes sociais é uma inversão de valores.
"Eu gravo esse vídeo horroroso, posto e vou tendo não sei quantos mil acessos, curtidas, sei lá. Então eu me promovo a partir da violência, da ação destrutiva do outro. Isso é uma inversão total de valores, a escola tem que tratar disso", disse a psicopedagoga Júlia Eugênia Gonçalves.
Fonte: G1 sul de Minas
