Cemig divulga que queimadas deixaram 750 mil consumidores sem luz em 2017

 A maioria dos incêndios são provocados por ação criminosa, os responsáveis podem ser presos e pagar pesadas multas




Balanço realizado pela Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) aponta que aproximadamente 750 mil clientes ficaram sem energia elétrica em 2017 após incêndios atingiram a rede elétrica. No período, foram registradas 794 interrupções na área de concessão da empresa, a maioria nas regiões Metropolitana, Leste e Sul.

O Sul de Minas é a segunda região do estado com maior número de clientes prejudicados por estas ocorrências. Em 2017, aproximadamente 146 mil clientes ficaram sem energia, em 98 ocorrências provocadas por queimadas. De janeiro a maio deste ano, já foram registradas 21 interrupções após incêndios que atingiram a rede elétrica, afetando 17 mil clientes da região.

Para minimizar os danos provocados pelas queimadas e antecipando-se ao período seco, a Cemig realiza anualmente ações preventivas, investindo em limpeza de faixas de servidão, com a poda de árvores e arbustos, remoção da vegetação ao redor das torres e aplicação de pintura antichamas nos postes de madeira em locais de risco.

A principal causa de incêndios florestais em Minas Gerais são as queimadas preparatórias de pastos e de terrenos para plantio, que acabam fugindo do controle dos agricultores e se espalham rapidamente, especialmente em períodos de altas temperaturas e baixa umidade do ar. Além disso, a queima de lixo e o descarte de cigarros acesos na beira das estradas.

O fogo pode provocar danos aos postes e consequente destruição dessas estruturas e de cabos condutores. Nessas situações, é necessário substituir os equipamentos, atividade que demanda tempo e gera demora para religar os circuitos atingidos. Existem também o risco de curtos-circuitos em linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica, causados pelo aquecimento das proximidades dos cabos condutores.

As queimadas prejudicam também a segurança de motoristas, que têm a visibilidade das pistas prejudicada devido à fumaça. Já na lavoura, os produtores rurais observam a redução da produtividade nas áreas de cultivo atingidas pelo fogo. Entre os diversos problemas ambientais, vale destacar o impacto das queimadas na fauna, já que os incêndios florestais destroem o habitat e, muitas vezes, matam os animais impossibilitados de fuga.

A Cemig lembra que é proibido o uso de fogo em áreas de reservas ecológicas, preservação permanente e parques florestais. De acordo com a legislação, o indivíduo que cometer o crime ambiental terá que responder a processo, com possibilidade de prisão, e deverá pagar multa pelo dano ambiental causado. Em caso de incêndios, o Corpo de Bombeiros (193) deve ser avisado o mais depressa possível.



Queimada próxima ao bairro São Vicente, em maio deste ano. Foto: Jornal de Lavras
Fonte: Jornal de Lavras