Uma das maiores manifestações ocorre na Avenida Paulista, na região central de São Paulo. Manifestantes de verde e amarelo interromperam o fluxo de veículos em seis quarteirões da via – entre as alamedas Campinas e Ministro Rocha Azevedo. O protesto é organizado por grupos que se definem como sendo de direita no espectro político e que ganharam relevância a partir de 2015 ao impulsionar o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem pra Rua.
Havia duas grandes concentrações de manifestantes – uma em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), liderada pelo Vem pra Rua, e outra no Museu de Arte de São Paulo (Masp), coordenada pelo MBL. Nos microfones e nos cartazes, pedidos para que o ex-presidente seja preso, além de mensagens pressionando o STF, com argumentos como o de que a Corte “não pode dar as costas ao povo”. Por volta das 20 horas, a Polícia Militar estimava em 5.000 o número de manifestantes na Paulista.
“Precisamos dar ordem nesse país. Não só para protestar contra o Lula, mas contra todos os políticos corruptos. Eles não podem ficar impunes. Não podemos ir a Brasília, mas viemos aqui”, disse a fisioterapeuta Maísa Brito, 54 anos, fisioterapeuta, que foi sozinha do Planalto Paulista, bairro da zona sul paulistana.
“Vamos mostrar para as pessoas a importância de manter o atual entendimento da prisão em segunda instância. O Lula é um criminoso condenado, então, claro que ele tem que ser preso. Mas nosso protesto vai além dele”, disse Adelaide Oliveira, uma das coordenadores nacionais do Vem pra Rua.
Pelo país
No Rio de Janeiro, a manifestação para pedir que o ex-presidente seja preso reúne atores como Victor Fasano, Luana Piovani e Carlos Vereza. O pré-candidato do Partido Novo, João Amoêdo, também esteve no local. Os manifestantes estão reunidos na Avenida Atlântica no quarteirão entre a Xavier da Silveira e a Miguel Lemos. O trânsito na avenida foi interrompido neste trecho, na altura do posto 5.
Em Curitiba, onde Lula foi condenado pelo juiz Sergio Moro, centenas de manifestantes se reuniram na Boca Maldita, tradicional palco de protestos no centro da cidade, para pedir a manutenção pelo STF da prisão após decisão em segundo grau. A manifestação teve um momento de tensão quando dois carros de som ficaram próximos um ao outro. Um dos líderes de um grupo maior, que reuniu o movimento Curitiba contra a Corrupção e Acampamento Lava Jato, disse que o caminhão do grupo Impeachment Curitiba estava atrapalhando o protesto. Depois de uma breve discussão, o segundo carro de som se afastou.
Uma outra manifestação ocorreu em frente ao prédio da Justiça Federal em Curitiba. Organizado pelo MBL e pelo Vem pra Rua, o ato contou com execução do Hino Nacional e palavras de ordem contra Lula. “Houve uma divisão geográfica dos movimentos, mas a luta é a mesma. Não queremos um STF de conluios políticos, por isso queremos Lula preso”, disse Júnior Ramos, um dos coordenadores do MBL no Paraná.
Em Belo Horizonte, grupos pró e contra Lula ficaram a cerca de 800 metros um do outro. Na Praça da Liberdade, os organizadores do ato contra o petista avaliaram em 5.000 o número de manifestantes – a Polícia Militar não fez estimativa. Já a concentração a favor do ex-presidente ocorreu na Praça Afonso Arinos – não há estimativa de público.
Milhares de pessoas ocuparam em Porto Alegre a Avenida Goethe, em frente ao Parcão, como é conhecido o Parque Moinhos de Vento, onde o MBL e o Vem pra Rua costumam realizar suas manifestações. Por volta das 18 horas, horário do evento, centenas de pessoas se dirigiam a pé ao local vestidas de verde e amarelo. Na passarela para pedestres que cruza a avenida, uma faixa com os dizeres “A lei é igual para todos” ficava visível também para os motoristas.
Em Fortaleza, o Vem pra Rua reuniu 1.500 pessoas, segundo a organização na Praça Portugal – a PM não fez estimativa. No Recife, milhares de manifestantes se reúnem na Praia de Boa Viagem e bloqueiam totalmente a avenida do mesmo nome.
Revista Veja (Com Estadão Conteúdo, Agência Brasil e Reuters)