A Associação de Amigos e Protetores dos Animais (Aapa) de Poços de Caldas (MG) pediu a suspensão dos passeios de charrete na cidade. A associação se baseou em um laudo médico veterinário que apontou irregularidades no serviço e maus tratos aos animais.
Uma ação civil pública foi ajuizada pela associação. “A partir do momento em que ele está lá no ponto de charrete sem condições, às vezes, doente, com problema no casco. Eles têm que dar condições a esses animais, né?”, diz Vera Facci, presidente da Aapa.
O laudo médico veterinário foi feito em julho do ano passado por uma profissional de Belo Horizonte. A médica veterinária esteve na cidade a pedido do Ministério Público e, durante dois dias, vistoriou o serviço de charretes.
No laudo, ela apontou que dos 70 animais inspecionados, apenas um testava bem nutrido. Todos os outros estavam doentes. Alguns apresentavam com tendinite crônica causada por excesso de serviço e vários com ferimentos. No laudo também consta que muitos animais transportam peso acima do ideal. Até nos locais onde os charretistas guardam os animais, foram encontradas irregularidades.
O serviço turístico é um dos mais antigos e também um dos mais polêmicos da cidade. Flagrantes de cavalos soltos ou exaustos já foram parar nas redes sociais. Desde 2015, todos os 100 animais usados nas charretes têm um chip de identificação do dono.
“Quando a gente é acionado por abandono de animais em vias públicas do município ou então até mesmo animais mortos encontrados nas vias públicas, a gente faz o recolhimento desses animais e, através desse microchip implantado, a gente consegue identificar o proprietário do animal para ele fazer a retirada. Ele tem que pagar uma multa para fazer a retirada desse animal”, afirma o coordenador da Vigilância Ambiental, Jorge Lago.
Charreteiro há mais de 40 anos, Natalino Rodrigues afirma que não há maus tratos e que muitas famílias dependem do serviço. “Se acabar a atividade do passeio da charrete, como vão viver os animais sem a ração? Como vão viver os pais de família sem levar o alimento para casa?”, questiona Rodrigues.
A Procuradoria de Poços de Caldas disse que até o momento não foi notificada da ação.
Fonte: G1 Sul de Minas