Quem passou pelo Parque das Águas de Caxambu (MG) nos últimos meses encontrou mato alto e, muitas vezes, portas fechadas. Os moradores e turistas que visitam o local reclamam da falta de estrutura, má conservação e dos horários de funcionamento que, além de não serem cumpridos, não mostram avisos para quem chega ao local.
Durante visita da equipe de reportagem da EPTV, afiliada da Rede Globo, apenas as piscinas estavam abertas ao público. O balneário estava fechado e as fontes eram limpas por funcionários. Uma equipe de capina também aparava o mato alto nos jardins. Mas o cuidado não é comum, segundo os moradores.
“Já tem muito tempo que a gente reclama, o capim altíssimo. E eles hoje de manhã resolveram capinar. Mas não está acontecendo isso. As flores não estão nos lugares, arrancaram as rosas, tinham plantações de rosas belíssimas, com hortênsias, não tem mais nada disso”, conta a aposentada Laime Strauss.
No prédio onde a água mineral de Caxambu é engarrafada, funcionários faziam a pintura, prevista na reforma. Mas o lago, um dos principais atrativos do parque, está sem manutenção e os pedalinhos não são usados.
Desde outubro de 2017, o parque é administrado pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). A Codemig publicou um relatório recentemente com o que é preciso ser feito para melhorar a estrutura. Mas a previsão é que sejam investidos R$ 11 milhões.
Na época, a companhia afirmou que, para conseguir o dinheiro, é preciso uma parceria com a iniciativa privada. Fato do qual muitos moradores discordam, principalmente por conta da exploração dos recursos de água mineral.
É o caso de representantes da ONG Caxambu Mais, que já entrou com uma ação na justiça. O principal ponto é sobre a parceria privada que a Codemig fez por um pregão publicado em dezembro de 2017 e homologado em janeiro de 2018.
No edital, foi exigido que as empresas candidatas tivessem qualidade técnica e capacidade de distribuir pelo menos 12 milhões de litros d’água por ano.
“Não estamos de acordo, somos contra essa privatização porque ela é tudo de ruim para a cidade, tudo de ruim pras nossas águas. A Copasa retirava 5 mil litros por mês. Como vai subir esse número para um milhão por mês, sem um estudo geológico, nada disso foi feito?”
Em nota enviada à EPTV, a Codemig nega que a ação seja uma privatização, e sim uma parceria para que o serviço seja feito com qualidade. Sobre os questionamentos dos moradores quanto à conservação do parques, a companhia afirma que desde que assumiu a administração do parque, são feitos serviços de manutenção como pinturas de calçadas, manutenção de quadras, limpeza de fontes, além de limpeza do gramado e jardins.
Em relação ao balneário fechado, a Codemig informou que o local já estava fechado antes por um problema na caldeira e que não há previsão para voltar a funcionar.
Fonte: G1 Sul de Minas