Cresce no Brasil o número de jovens que não estudam nem trabalham
O número de jovens de 16 a 29 anos que não estudam nem trabalham subiu de 34,2 milhões em 2012 para 41,25 milhões em 2016 - o equivalente a 25,8% do total de jovens brasileiros nessa faixa etária. Em quatro anos, esse grupo, que ficou conhecido como "nem nem", aumentou 20,5%.
Isso é o que aponta a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) divulgada nesta sexta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a pesquisa, o salto desta população se deu, justamente, entre 2014 e 2016, período que corresponde à crise econômica no Brasil com consequente impacto no mercado de trabalho.
Desemprego entre os jovens
O crescimento dos "nem nem" está diretamente relacionado ao aumento do desemprego no Brasil, que afetou mais fortemente os jovens. Entre 2012 e 2016, saltou de 4 milhões para 6,3 milhões o número de jovens com idade entre 16 e 29 anos desempregados no país.
Isso representa um aumento de 57% do contingente de jovens desempregados e revela um dos principais efeitos da crise econômica pela qual passa o Brasil.
De acordo com o levantamento, no mesmo período, a população com mais de 16 anos cresceu apenas 6,5%, enquanto o contingente de desempregados aumentou 40,5%.
Enquanto os jovens representam 28,2% da população com mais de 16 anos no país, eles respondem por 54,9% do total de desempregados. “Ou seja, de cada dois desempregados, um é jovem”, destacou a pesquisadora.
Escolaridade e cor
Ao analisar o grupo de jovens que não estudam nem trabalham, o IBGE observou que algumas características deixam os jovens mais vulneráveis a esta condição. “A maior incidência dos que não estudam nem estão ocupados ocorre entre os pretos e pardos e entre aqueles com menor nível de escolaridade”, destacou Luanda. Segundo a pesquisa, do total de “nem nem”, 38,3% tinham ensino fundamental incompleto e 29,1% eram pretos ou pardos.
Gênero
A análise por gênero do grupo de jovens que não estudavam nem trabalhava revela, segundo o IBGE, que “a desigualdade entre o percentual de homens e o de mulheres de 16 a 29 anos que não estudam nem estão ocupados persiste ao longo da série histórica”.
De acordo com a pesquisa, dentre o total de jovens no país em 2016, 19% dos homens não estudavam nem estavam ocupados. Já entre as mulheres este percentual saltou para 32,7%.
Afazeres domésticos e filhos prejudicam as mulheres
Os afazeres domésticos são a principal razão para que mulheres jovens deixem de trabalhar ou estudar, apontou a pesquisa do IBGE. Questionadas por que não tinham uma ocupação, 34,6% das mulheres disseram que tinham que cuidar de afazeres domésticos, de filhos ou de outros parentes.
Crédito foto: Tribuna do Norte