Os envolvidos em uma agressão a um diretor do hospital São Sebastião publicaram nesse sábado uma carta aberta esclarecendo o caso. Acompanhe na íntegra o post escrito pela família.
"Carta Aberta da Família Cesarino a respeito dos fatos divulgados pelo Hospital São Sebastião, de Três Corações/MG.
Inicialmente, ressalte-se que é com imensa consternação que a Família Cesarino vem a público manifestar-se acerca dos fatos mencionados em epígrafe, em um momento de profunda dor e luto.
Em relação às notícias que vêm sendo veiculadas na imprensa e propaladas pelo Hospital acima mencionado, segundo as quais três irmãos (Marcelo, Cristiano e Lucas) teriam agredido o Sr. Arnaldo Afonso Monteiro, em razão de uma suposta negativa de acesso à Unidade de Terapia Intensiva do Hospital São Sebastião para visita de seu sobrinho que lá se encontrava, temos que, alguns esclarecimentos se fazem necessários, senão vejamos:
Primeiramente, é preciso dizer que os fatos (agressão contra diretor administrativo) foram motivados pela desídia com a qual agiu o Hospital São Sebastião (situado em Três Corações/MG) ao lidar com vítima oriunda de um trágico acidente sofrido pelo sobrinho dos envolvidos no vídeo gravado pelo referido Hospital e que culminou no óbito da vítima. Tal acidente ocorreu na cidade de Campanha/MG, na madrugada do dia 27/12/17. Ao receber os primeiros atendimentos na referida comarca, o paciente fora transferido para o município de Três Corações, tendo dado entrada, em estado gravíssimo, no Hospital São Sebastião, por volta de 3h30 da madrugada.
Dada a extrema gravidade do quadro clínico, o paciente deveria ter sido imediatamente encaminhado para cirurgia, a fim de que houvesse chance de ter sua vida preservada. No entanto, a vítima ficou aguardando atendimento no corredor, repise-se, no corredor do referido hospital, já que, durante a madrugada, o médico-cirurgião que poderia tê-lo operado se recusou a fazê-lo e, absurdamente, foi embora para sua residência, alegando que não o operaria em razão de uma suposta ausência de vaga na UTI (o que não condizia com a verdade, já que havia vaga na Unidade de Terapia Intensiva, ocupada por paciente que não apresentava quadro clínico grave).
Somente após muita insistência dos familiares, bem como do Dr. Marcelo Cesarino (médico cardiologista e tio da vítima) é que o paciente foi, enfim, encaminhado para cirurgia, por volta de 9h da manhã do dia 27/12. Infelizmente, já era tarde demais para a adoção de qualquer medida, eis que, horas depois, o jovem garoto de 16 anos viera a falecer.
No que tange ao vídeo gravado pelas câmeras do hospital, diferentemente do quanto alegado pelo Sr. Arnaldo Afonso Monteiro, o cerne da discussão não foi a suposta negativa de acesso à UTI, até porque, no momento da discussão, o Dr. Marcelo Cesarino já havia tido acesso à Unidade de Terapia Intensiva e a família avisada de que a consumação do falecimento já era certa (o que, efetivamente, ocorreu uma hora depois) o que torna evidente a deturpação dos fatos trazida pelo Hospital, à imprensa.
O mérito da discussão foi a negligência e imperícia com as quais agiu o Hospital São Sebastião, negligência essa que, repise-se, resultou na morte do paciente que, mesmo em estado gravíssimo, não teve o devido socorro prestado no momento em que deveria.
Ato contínuo, quando questionado pelos três irmãos acerca da omissão do Hospital em socorrer o paciente, o Sr. Arnaldo Afonso Monteiro, em flagrante falta de sensibilidade, debochou da família, dando a entender, de forma irônica, que qualquer erro cometido pelo Hospital poderia ser “consertado”, evitando-se punições. Nesse momento, os ânimos realmente se exaltaram e a discussão eclodiu, pois além dos envolvidos terem de lidar com o luto, a dor e o sofrimento em virtude da perda irreparável, precisaram enfrentar o deboche do diretor administrativo.
Ademais, especialmente no que diz respeito à conduta do agente penitenciário Lucas Cesarino o qual, pela simples análise das imagens, tentava apaziguar a situação, é forçoso dizer que ele apenas sacou a arma de fogo de maneira instintiva e em razão de ter ouvido um forte barulho na porta.
Percebam que, em momento algum, o agente aponta ou ameaça, com a arma, qualquer pessoa que seja, sendo certo que qualquer imputação nesse sentido é falaciosa e não merece subsistir.
Por fim, ressalte-se que a família Cesarino já está adotando as medidas legais cabíveis à espécie para apuração e punição das pessoas partícipes da negligência em tela.
É certo que nada trará de volta o ente tão querido e perdido por essa família, porém, os responsáveis pelo trágico resultado devem ser exemplarmente punidos, para que outras famílias não percam seus parentes em razão de negligência, imprudência e imperícia da Instituição Hospitalar em questão.
Cordialmente, Família Cesarino"
Fonte: TV Alterosa Sul de Minas