Ambientalistas reclamam de proposta para privatizar mananciais no Sul de MG

Proposta da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais quer passar concessão da exploração das fontes de água para empresas privadas.




Membros de organizações não governamentais e associações de proteção ambiental na região do Circuito das Águas de Minas Gerais estão preocupados com a proposta de privatização do manuseio dos mananciais de água feita pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig).

Na prática, a companhia lançou um edital em busca de um parceiro no ramo alimentício ou de bebidas que possa assumir e exercer a exploração da água nos municípios de Caxambu, Cambuquira e Lambari, no Sul do Minas.

Originalmente, a Codemig possui a concessão de exploração das fontes de águas mineiras nos municípios de Araxá, Caxambu, Cambuquira e Lambari.

“O edital prevê mecanismo de que esse parceiro privado poderá assumir 99% do capital e dos lucros. Então, da forma como o edital está redigido, haverá certamente um grave dano ao patrimônio dos mineiros. Porque todo esse patrimônio cultural e material será entregue praticamente de graça à iniciativa privada”, diz o engenheiro Paulo Asterio.

Ativistas da ONG Nova Cambuquira ameaçam acionar a Justiça. A cidade integra uma comunidade internacional que trata a água como direito humano e não apenas como mercadoria.

“O compromisso da cidade é defender a água, proteger a água como bem comum e como bem do povo. Um parceiro privado está dizendo que ele é o dono da água, e não o povo”, diz o ativista Marco Antônio Rodrigues.


Por meio de nota, a Codemig informou que não quer privatizar fontes e parques, mas sim estabelecer uma parceria pra assegurar a execução do serviço com qualidade.

Fonte: G1 Sul de Minas