Ministério Público de Minas Gerais protocolou na tarde desta sexta-feira (17) o pedido de prisão preventiva do ex-prefeito de São Lourenço (MG) Natalício Tenório Cavalcanti. A promotoria baseou o pedido em escutas telefônicas autorizadas que mostram indícios de envolvimento do ex-prefeito em manipulação de licitações do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE).
O promotor do caso, Leandro Panain, também levou em consideração a denúncia de que ele teria tentado atrapalhar as investigações do Ministério Público. Nas escutas, é possível ouvir o ex-prefeito e também marido da atual prefeita, Célia Cavalcanti (PR), em conversas que indicam tentativas de desconto na Lei da Anistia, que poderia ser em benefício de alguém.
Segundo o Ministério Público, os trechos mostram que Natalício ainda exercia um poder de decisão dentro da prefeitura, mesmo não sendo mais o prefeito. São pelo menos sete pessoas envolvidas nos áudios, apontadas como investigadas pelo MP nas fraudes em licitações do SAAE. A partir do pedido, cabe ao juiz Fábio Macedo Garcia decidir se a prisão será aceita.
"Ele não poderia ter esse tipo de ingerência, tipo de participação. Até porque não é uma simples ingerência, nós estamos verificando que ele determina alguns setores do município fazer ou não fazer algumas coisas", afirma o promotor Leandro Pannain.
Na última semana, cinco pessoas foram presas suspeitas de manipulação em contratos da prefeitura com empresas de limpeza urbana. A suspeita é que o esquema tenha superfaturado R$ 760 mil em três contratos. Eles foram liberados após terem as prisões preventivas revogadas.
No início desta semana, a Câmara Municipal abriu duas CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito). Uma delas vai investigar os contratos emergenciais entre a prefeitura e duas empresas. A outra CPI é sobre a contratação de um escritório de advocacia pela prefeita Célia Cavalcanti, de onde Natalício seria cliente pessoal de um dos sócios.
Em nota, o advogado do ex-prefeito, Rodrigo Ribeiro Pereira, disse que Tenório lamenta como a investigação está sendo conduzida e que sempre colaborou com as autoridades. O comunicado diz ainda que o ex-prefeito confia na Justiça e que, no caso da atual administração, atua no sentido de colaborar com a gestão, exercendo sua liberdade de opinião.
Fonte: G1 Sul de Minas