O barranco começou a desmoronar em 2014. Agora, com as chuvas de novembro, os moradores estão preocupados – foram 194 milímetros de água só neste mês.
"Tinha só uma pequena trinca. Estava aumentando, mas não chegando nesse ponto em que está. Já está indo até lá para a caixa d'água", diz a balconista Vanessa Cândida
O engenheiro José Valdir de Carvalho diz que a situação pode piorar se as chuvas não diminuírem. "A gente não sabe quando que vem aquela chuva brava, aquela chuva pesada, né? Então o risco aqui é grandíssimo".
Em 2014, a prefeitura alegou que o terreno era particular e que começou a ceder porque os donos fizeram escavações para extração de terra. Na época, a Defesa Civil atestou que não havia risco de desmoronamento.
Mas depois que a terra desceu mais, o posicionamento mudou. No mês passado, o órgão notificou os donos do terreno para que eles apresentassem planos de obras de engenharia para paralisação, contenção e estabilização do desmoronamento.
"Os moradores foram notificados e orientados a retirar-se do local nesse período de chuvas, porque a Defesa Civil não pode garantir a segurança deles até que os proprietários possam fazer as ações devidas", afirma Rodrigo Melo, secretário de comunicação da prefeitura.
O balconista Jonas Antônio da Fonseca mora no local há 40 anos e diz que não tem para onde ir. "Nós moramos aqui há 40 anos. Agora eles fazem esse negócio aí. Desmoronou tudo aí, e está descendo. E a prefeitura não está nem aí conosco", afirma.
"A lei prevê que a prefeitura só pode ajudar em casos de emergência. A prefeitura tem abrigos disponíveis para populações de risco, [mas] não é o caso, uma vez que estão sendo avisados com antecedência. Ou seja, é permitido que eles se programem, se desloquem de lá, uma vez que há escolha", responde o secretário.
Fonte: G1 Sul de Minas