A iniciativa é promovida em alusão ao Dia Nacional de Doação de Órgãos (27/9). A campanha, no entanto, já começou a ser veiculada a partir desta sexta-feira, 1º de setembro, e segue por todo o mês, com posts no Blog da Saúde MG e nas redes sociais da SES-MG, além de um hotsite, o “Doe órgãos”.
Também como parte da campanha, prédios serão iluminados em Belo Horizonte e cartazes serão fixados nas estações de metrô da RMBH. No dia 27 de setembro (quarta-feira), uma ação especial está programada para envolver os servidores da Cidade Administrativa, com distribuição de folders e adesivos.
“Atualmente, cerca de 40% das famílias recusam a retirada de órgãos para a doação. Para que esse percentual possa ser ainda maior, permitindo a realização de mais transplantes, é importante orientar as pessoas a falarem com sua família sobre o seu desejo de ser um doador e salvar vidas”, disse a médica consultora da SES-MG, Galzuinda Figueiredo Reis.
Dados de março de 2017 indicam que 3.392 pessoas aguardam por um transplante no estado. Deste total, 2.352 esperam por um rim, 41 por um fígado, 34 por coração, 1 espera por pâncreas, 52 por pâncreas/rim e 912 esperam por córnea.
Segundo o coordenador do complexo MG Transplantes, Omar Cançado Junior, responsável pela gestão de doação de órgãos e a sua destinação para transplantes, “as principais dificuldades enfrentadas pela captação dos órgãos são a baixa notificação pelos hospitais do estado de potenciais doadores, e o aumento na taxa de recusa familiar no momento da solicitação de doação”.
Ser um doador
Para ser um doador, o passo principal é informar o desejo à família. Isto porque, após o diagnóstico de morte encefálica, a família é consultada e orientada sobre o processo de doação de órgãos. Esta conversa, geralmente, é realizada pelo próprio médico do paciente, pelo médico da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ou pelos membros da equipe de captação, que prestam todas as informações que a família necessitar.
Considera-se como potencial doador todo paciente em morte encefálica. A morte encefálica, mais conhecida como morte cerebral, representa a perda irreversível das funções vitais que mantêm a vida, como a perda da consciência e da capacidade de respirar; o que significa que o individuo está morto. O coração permanece batendo por pouco tempo e é neste período que os órgãos podem ser utilizados para transplante.
Silvia Marquez Henriques, referência técnica da SES-MG em transplante e doença renal crônica, explica que após o diagnóstico de morte encefálica, as Centrais de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) devem ser acionadas. “Essa notificação é compulsória, independente do desejo familiar de doação ou da condição clínica do potencial doador de converter-se em doador efetivo”, revela.
Quando o doador é uma pessoa falecida, podem ser retirados para transplante duas córneas, dois rins, dois pulmões, fígado, coração, pâncreas, intestino, pele, ossos e tendões. Ou seja, um único doador pode salvar muitas vidas.
Mas a retirada dos órgãos não pode esperar muito. Por isso a decisão deve ser tomada o quanto antes. Confira, a seguir, a relação entre os órgãos, o tempo de retirada e de preservação extracorpórea dos órgãos.
Diferentemente do que as pessoas acreditam, também é possível ser doador em vida, sem comprometer a saúde. Nesses casos, é possível doar tecidos, rim e medula óssea. Ocasionalmente, também é possível doar parte do fígado ou do pulmão.
Algumas exigências, no entanto, são feitas aos doadores. Pela lei, parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores; não parentes, somente com autorização judicial. Também é preciso ser um cidadão juridicamente capaz, nos termos da lei, o que significa que a pessoa deve poder realizar por si mesmo os atos da vida civil. É necessário, ainda, ter condições adequadas de saúde - verificadas por uma avaliação médica - que afastem a presença de qualquer doenças que possam comprometer a saúde durante ou após a doação.
Para saber mais sobre este assunto, clique aqui.
Transplante no Brasil
O Brasil possui o maior sistema público de transplantes no mundo. Em 2016, mais de 90% dos transplantes realizados no Brasil foram financiados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). No SUS, os pacientes possuem assistência integral, incluindo exames preparatórios, cirurgia, acompanhamento e medicamentos pós-transplante.
O Complexo de MG Transplantes é responsável por coordenar no estado a política de transplantes de órgãos e tecidos, regulando o processo de notificação, doação, distribuição e logística, avaliando resultados e capacitando hospitais e profissionais afins nas atividades relacionadas à doação de órgãos e tecidos. É composto por centros de notificação, captação e distribuição de órgãos na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), Zona da Mata, Sul, Oeste, Norte/Nordeste e Leste do estado,
O Governo do Estado oferta transplante dos seguintes órgãos: coração, córnea, fígado, medula, pâncreas, pele, rim, rim conjugado com pâncreas e tecido ósteo. Conheça a série histórica dos transplantes de órgãos realizados em Minas Gerais:
Fonte: Agência Minas