Profissionais da SES-MG e das Regionais de Saúde estão discutindo estratégias para aumentar a cobertura vacinal da população mineira
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) finalizou nesta quarta-feira (23/8) reunião técnica sobre a Campanha de Multivacinação e intensificação da vacinação contra febre amarela. O evento, realizado em Belo Horizonte, conta com a participação de profissionais das 28 Regionais de Saúde do Estado, incluindo referências técnicas em imunização, epidemiologia e Atenção Primária à Saúde.
Durante a programação do evento estão sendo discutidas estratégias para aumentar a cobertura vacinal no estado, otimizando o trabalho realizado por todos os profissionais envolvidos na imunização.
A reunião também integra uma série de atividades que vêm sendo realizadas pela SES-MG e Regionais de Saúde, com o objetivo de preparar os municípios para a realização da Campanha de Multivacinação de 2017, que deverá começar em setembro.
Durante a campanha, toda a população mineira deverá comparecer às Unidades Básicas de Saúde para atualizar o cartão de vacinação, incluindo adolescentes e adultos.
Segundo a coordenadora estadual de Imunização, Eva Lídia Medeiros, além de ser uma das etapas de preparação para a Campanha de Multivacinação, o evento está discutindo métodos para reverter um quadro de queda na cobertura vacinal da população mineira.
“Antes de iniciarmos a campanha estamos nos reunindo para discutir e pontuar estratégias. Este é um momento para conversarmos sobre o atual cenário, sobre as dificuldades para vacinar parte da população, especialmente os adolescentes, discutindo estratégias para melhorar nossas coberturas vacinais que têm diminuído”, explica.
Vacinas como a pentavalente (previne doenças como difteria, tétano e coqueluche), tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), Meningococo C (previne a doença meningocócica), hepatite B e HPV apresentaram queda nas coberturas.
Para Eva Lídia, é fundamental que a população compareça às Unidades de Saúde, em especial adolescentes e adultos que precisam guardar o cartão de vacinação e completar o esquema vacinal com todas as doses necessárias.
A diretora de Vigilância Epidemiológica da SES-MG, Janaína Almeida, explica que profissionais da SES-MG e das Regionais de Saúde têm pensado em estratégias para aumentar a cobertura vacinal, como incentivar os municípios a estenderem o horário de funcionamento das salas de vacina e a realizarem uma busca ativa por não vacinados.
“Estamos vivendo uma fase de mudanças no calendário vacinal e é justamente nesse contexto que os vacinadores precisam sair das salas de vacina em busca da população que não está imunizada. Vamos fazer o melhor plano de ação junto aos municípios, com estratégias de vacinação para os adolescentes nas escolas, incentivando a extensão do horário de funcionamento das salas de vacina. Temos, por exemplo, uma preocupação com o sarampo e este é o momento de refletirmos sobre as baixas coberturas”, afirma Janaína.
O sarampo é altamente transmissível e pode levar a óbito, especialmente em crianças menores de cinco anos, mas graças à vacina a doença não é mais transmitida dentro do território brasileiro. Entretanto, países como a Argentina, Canadá, EUA, Itália, regiões do continente africano, asiático e também da Oceania ainda registram casos da doença. Somente a Itália registrou mais de mil casos da doença em 2017.
A referência técnica da Coordenação de Doenças e Agravos Transmissíveis da SES-MG, Luciene Luiz da Rocha, explica que o último caso importado de sarampo em Minas Gerais ocorreu em 2013. Entretanto, o contato com o vírus ainda pode ocorrer.
“Existem casos de sarampo em outros países, por isso a Campanha de Multivacinação será fundamental para a população atualizar o cartão de vacinas. O vírus circula no mundo, por isso nos preocupamos com o público que não está vacinado e que, por isso, pode estar suscetível à doença”, disse.
Além do sarampo, existe uma preocupação em manter a população imunizada contra a caxumba, doença que circula no estado e que apresentou um aumento no número de casos em 2016 e 2017.
No caso da caxumba, são necessárias duas doses da vacina na população com até 14 anos e uma dose na população com até 29 anos. Por isso, é fundamental que adolescentes e jovens adultos atualizem o cartão de vacinação com todas as doses necessárias.
Fonte: Agência Minas