No último fim de semana, os melhores queijos artesanais de Minas Gerais foram reunidos num mesmo endereço, o 1º Festival do Queijo Minas Artesanal, evento inédito que aconteceu, na Serraria Souza Pinto, no Centro de Belo Horizonte.
O evento contou com a participação das sete regiões produtoras do estado, além de receitas de chefs de cozinha feitas com cada um dos queijos, cursos e palestras.
Com queijos premiados no mundo inteiro, as sete regiões produtoras participaram do evento, são elas: Canastra, Araxá, Campo das Vertentes, Cerrado, Serra do Salitre, Serro e Triângulo Mineiro.
Além da degustação e venda dos queijos de diversas associações e produtores, o festival contou com programação extensa em torno da iguaria. Chefs de cozinha prepararam receitas com queijos de cada uma das sete regiões.
Em cursos e palestras, os visitantes puderam conhecer a forma correta de conversação, manuseio, corte e harmonização do produto. O evento contou também com produtores de cerveja, vinhos, café, azeites, entre outros produtos que vão bem com o queijo.
O governador Fernando Pimentel participou da abertura do evento sexta-feira (28). Durante a cerimônia de abertura, Fernando Pimentel assinou dois despachos na ordem de R$ 2,2 milhões que serão usados para aprimorar a produção de queijo minas artesanal (QMA), além de fomentar novas pesquisas sobre a produção de leite e seus derivados.
Premiações
Os produtores de Queijo Minas Artesanal que participaram do festival receberam 12 medalhas no Salão Internacional do Queijo, realizado na cidade de Tours, na França. O festival analisou mais de 700 produtos de mais de 20 países e Minas Gerais trouxe na bagagem uma medalha Super Ouro, uma de ouro, sete de prata e três de bronze.
A produtora Marly Leite, que desde criança acompanha a produção da iguaria na Fazenda Caxambu, município de Sacramento, na microrregião de Araxá, afirma que o reconhecimento é fruto de trabalho de várias pessoas e de aperfeiçoamento da receita que perpassou várias gerações de sua família. O queijo Senzala, que recebeu a maior premiação do torneio, é certificado pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), o que atesta a qualidade do seu processo de fabricação e permite que ele seja vendido em qualquer ponto do Estado.
“Quando começaram a surgir as certificações, nós passamos a ter a marca ‘queijo’ e, a partir daí, houve uma propagação e maior reconhecimento”, afirmou.
O produtor Túlio Madureira, premiado com uma medalha de prata (Queijo Kankrej) e outra de bronze (Queijo do Gir) no Salão Internacional, diz que a produção da iguaria é uma tradição há cinco gerações na sua família e que, à medida em que os produtores começaram a investir no processo de maturação do produto, a qualidade aumentou e, com isso, veio o reconhecimento. “Deixei de vender uma peça a R$ 8,00 para vender a R$ 50,00 e já cheguei a vender por até R$ 250,00”, revelou.
Para ele, a base de todo esse processo é o reconhecimento pelos órgãos de controle e fiscalização e a legalização desse produto. “O processo de legalização é a base para isso. O que a gente busca com o processo de cadastramento é regularizar as questões sanitárias. Hoje, todos os setores do queijo demandam pesquisa, desde quando ele está fresco na banca até o processo de maturação e utilização dos fungos e leveduras. A questão da qualidade do queijo e o saber fazer está preservado”, disse.