Dono de agência de modelos é investigado por suposto abuso de menores em Alfenas, MG


Polícia investiga se meninas de 13 a 17 anos sofreram abuso sexual com promessa de carreira.




A Polícia Civil investiga se meninas de 13 a 17 anos sofreram abuso sexual em Alfenas (MG). Segundo o inquérito, elas eram mantidas em uma casa com a promessa de se destacarem na carreira de modelo. Uma das meninas, de 17 anos, conta que deixou o Paraná e foi para Alfenas em busca do sonho de ser modelo.

"Falou que.. chegando aqui eu ia poder fazer vários cursos, eu ia ter direito a fono, à nutricionista e tudo mais, que ao chegar aqui no máximo um mês, eu já estaria trabalhando", disse a menina.

No entanto, em pouco tempo, ela descobriu que não era bem assim. Segundo a menina, o dono da agência estabelecia regras. Uma delas era ter relações sexuais com ele em troca de ascensão na carreira.

"Me prometeu várias coisas, que se eu fosse mais carinhosa com ele, me levaria para o Rio, São Paulo", contou a menina.

"Ele ia no quarto, ele não batia na porta, ele entrava quando ele queria e deitava na cama. Passava a mão na gente e queria que a gente fizesse também carinho nele", contou outra.
As adolescentes contaram que pagavam cerca de R$ 600 por mês para a agência de modelos. Pelo menos sete meninas viviam na casa onde também funcionava a agência. O dono da agência está sendo investigado como suspeito de abusar sexualmente das menores. A denúncia de crime sexual foi feita ao Conselho Tutelar no fim de semana.

"A maioria foram forçadas a ter sexo com ele, é o que elas contam", disse o conselheiro tutelar Paulo Silvério.

O caso mais grave, segundo o conselheiro, seria de uma menor de 13 anos, que teria sido estuprada. "Forçou a barra com ela, pegou ela à força, jogou ela na cama, arrancou a roupa dela, tampou a boca dela, fez barbaridades com a menina", conta o conselheiro.

Segundo as vítimas, a agência de modelos funcionava na cidade há pelo menos quatro meses. Segundo um pai, que não quis ser identificado, a filha dele participou de um desfile na agência e que, depois, o dono pediu dinheiro para que a menina participasse de outro trabalho que nunca aconteceu.


"Pegou dinheiro e.. marcou a viagem duas vezes e não foi. Comecei a desconfiar, comecei a cobrar ele e ele corria de mim, eu ia na agência e ele escondia", disse o pai.

O dono da agência ainda não foi encontrado para prestar depoimentos à polícia. As sete meninas que viviam na casa já foram submetidas a um exame de corpo delito. O resultado deverá sair em até 15 dias.

"Ainda há outras diligências a ser feitas para que nós possamos ter um diagnóstico melhor do que realmente aconteceu lá", disse o delegado Thiago Gomes Ribeiro.

As meninas devem voltar para casa ainda nesta semana. "Me senti iludida, porque é um sonho meu isso e.. ele praticamente quase destruiu, só que eu não vou desistir disso", disse uma das meninas.

A produção do Jornal da EPTV 2ª edição tentou falar com o dono da agência, mas ele ainda não foi encontrado para falar sobre o caso.


Jovens que vieram de outras cidades viviam nesta casa em Alfenas (Foto: Reprodução EPTV)


Fonte: G1 Sul de Minas