Plano de Desenvolvimento elaborado pela Emater-MG e prefeitura prevê ações como mutirão para a regularização ambiental, seminário e um festival gastronômico
São cerca de 70 piscicultores, sendo que 50 deles são considerados produtores familiares. O movimento gerado com a truticultura em Itamonte está em torno de R$ 12 milhões por ano.
Após a realização de um diagnóstico do setor e de uma reunião em fevereiro com todas entidades envolvidas com a piscicultura no município, foi criado o documento que propõe diversas ações em Itamonte. O relatório foi entregue à prefeitura.
“Uma dessas propostas é a realização, nos dias 4 e 5 maio, de um seminário regional. Também será estudada a criação de um festival gastronômico sobre truta e queijos para promover a atividade e atrair novos investidores e consumidores”, explica a técnica da Emater-MG no município, Débora Cristina de Siqueira.
Segundo ela, outra ação prevista é um mutirão para a regularização ambiental, sanitária e fiscal dos criatórios, além do fomento para a implantação de sistemas de tratamento de dejetos.
Uma boa parte das criações está inserida em Unidades de Conservação, como o Parque Nacional do Itatiaia, o Parque Estadual da Serra do Papagaio e a Área de Preservação Ambiental da Serra da Mantiqueira.
“O desafio técnico é a 'limpeza' da água que retorna aos cursos d'água, principalmente por causa do óleo residual das rações”, comenta Débora Siqueira. Segundo ela, o uso da tecnologia para este tratamento já está sendo discutido entre os produtores.
Outro ponto incluído no Plano de Desenvolvimento é a emissão de nota fiscal por parte dos criadores. Como muitos trabalham com produção em pequena escala, ainda encontram dificuldades para emissão da nota fiscal.
Condições ideais
Itamonte está localizada na Serra da Mantiqueira, que reúne características ideais para a criação de trutas. Segundo a coordenadora estadual da Emater-MG, Vanessa Gaudereto, a truta Arco-Íris, que é a espécie criada na região, é originária da América do Norte e foi trazida para o Brasil na década de 50.
“A truta se adaptou muito bem à região por causa das temperaturas mais baixas e da boa qualidade da água, que precisa ser cristalina e fria, entre 15 e 17 graus. O relevo da serra, com muitas rochas e corredeiras, garante a boa oxigenação necessária”, afirma a coordenadora. Outra característica é que as criações ocupam pequenos espaços na propriedade.
Segundo Vanessa Gaudereto, a truta é um peixe exigente, assim como o salmão, seu parente. Ela é rica em vitamina B5 e Ômega 3. A produção de Itamonte é vendida para São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, além das pousadas e restaurantes da região.
Unidade de processamento
Itamonte já conta com uma unidade particular para processamento do peixe. A unidade beneficia muitos pequenos produtores do município, que vendem a produção para o local.
Uma outra unidade familiar já obteve a regularização ambiental e agora está em fase de regularização sanitária, junto ao Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), para obtenção do selo do Serviço de Inspeção Estadual (S.I.E).
Fonte: Agência Minas