Caldas investiga mais um macaco encontrado morto na zona rural

Restos mortais de animal foram recolhidos para análise de febre amarela.
Sul de Minas tem confirmação de 4 casos de febre amarela, um em macaco.



A Secretaria de Saúde de Caldas (MG) investiga a morte de mais um macaco encontrado na zona rural do município, que pode ter sido contaminado pela febre amarela. Segundo a secretária de Saúde, Mayra Santos de Souza, moradores encontraram o animal em uma mata próximo ao distrito Laranjeiras no fim da tarde deste sábado (11).

A secretária informou ainda que o corpo do animal estava em perfeitas condições, sem nenhuma lesão aparente, sendo possível fazer a análise das vísceras para identificar o vírus da febre amarela. O primata deve ser encaminhado para Belo Horizonte nesta segunda-feira (13).

A cidade foi uma das primeiras no Sul de Minas a ter registrado casos de primatas encontrados mortos. No dia 19 de janeiro, a Secretaria Estadual de Saúde divulgou que foi notificada de mortes de macacos em Caldas (MG), Claraval (MG) e Toledo (MG). No entanto, os casos não evoluíram para investigação. Em Caldas, o animal encontrado estava em avançado estado de decomposição e não foi possível recolher amostras para exame.

Caso confirmado
Em Poços de Caldas (MG), que fica a cerca de 30 km de Caldas, a Secretaria de Saúde de Minas Gerais confirmou nesta quinta-feira (9) que um macaco encontrado morto na cidade morreu por febre amarela.

O primata foi encontrado no dia 25 de janeiro na área central da cidade. Por conta disso, a prefeitura da cidade ampliou o horário de vacinação nos postos de saúde, que também passaram a funcionar durante os fins de semana. A prefeitura também realizou mutirões para imunizar a população da zona rural.

Apesar da confirmação, não há registro de pessoas com suspeita de terem contraído a doença em Poços de Caldas.

Animais em Varginha
Na tarde deste sábado, mais um macaco foi encontrado morto em Varginha no bairro Parque Mariela. O outro primata havia sido encontrado no bairro Parque Rinaldi na mesma semana.
Com isso, o município realiza uma série de ações preventivas contra a febre amarela.

Moradores no entorno da mata onde o primata foi encontrado, no Parque Rinaldi, foram vacinados em um raio de um quilômetro. Equipes de saúde foram de casa em casa fazendo a imunização neste sábado e domingo (12).

Uma varredura também havia sido feita na mata, na sexta-feira (10), para encontrar outros animais mortos. A partir desta segunda-feira, a Saúde do município deve realizar mutirões para recolher entulhos nos bairros da cidade – já que o mosquito Aedes aegypti pode transmitir a febre amarela – e também a imunização dos moradores do bairro Parque Mariela.

Os animais encontrados em Varginha ainda não constam no relatório oficial da Secretaria de Estado de Saúde. Ao serem notificados oficialmente, os casos devem aparecer como "em investigação" no relatório estadual.

Outras notificações
A Secretaria de Saúde de Minas Gerais confirmou na tarde desta quinta-feira (9) que as mortes de mais dois macacos estão sendo investigadas no Sul de Minas por conta da febre amarela. Conforme a informação divulgada no boletim diário sobre a doença, estão sendo investigadas mortes em Lavras (MG) e Três Pontas (MG).

Além desses casos, o relatório confirma que há rumores de primatas mortos em sete cidades do Sul de Minas, no entanto, os casos não evoluíram para investigação. Há rumores nos municípios de Campestre, Claraval, Andradas, Caldas, Ibitiúra de Minas, Ouro Fino e Campanha.

Febre amarela na região
De acordo com relatório divulgado na sexta-feira (10) pela Secretaria Estadual de Saúde, há 39 municípios com casos confirmados de febre amarela. No Sul de Minas, apenas Delfinópolis integra o relatório.

A secretaria diz que há três casos confirmados da doença na cidade e um em investigação. No entanto, a secretaria não divulgou detalhes sobre o novo caso. Duas mortes na cidade já tinham sido confirmadas pelo órgão. Uma outra morte, referente a uma turista de Paulínia (SP), foi confirmada pela Secretaria de Saúde de São Paulo.

Segundo o órgão, o histórico de Delfinópolis colocou o município e a área que inclui outras 11 cidades no mapa de zonas de risco para a febre amarela em Minas Gerais. Constam na lista Cássia (MG), Capitólio (MG), Claraval (MG), Doresópolis (MG), Guapé (MG), Ibiraci (MG), Passos (MG), São João Batista do Glória (MG), São José da Barra (MG), São Roque de Minas (MG) e Vargem Bonita (MG).


Sem carnaval
A Prefeitura de Delfinópolis cancelou o carnaval deste ano por conta dos casos confirmados da doença. Cássia também anunciou que cancelaria a tradicional festa da cidade por estar na área considerada de risco. A festa foi remarcada para junho.

Nesta sexta-feira, a cidade de São Sebastião do Paraíso (MG) também comunicou o cancelamento do carnaval de rua por estar próxima à microrregião da qual Delfinópolis faz parte, a de Passos, que possui várias cidades na área de risco.


Fonte; G1 Sul de Minas