“As fraldas feitas pelas moças são de ótima qualidade. Não deixam nada a desejar em relação às melhores marcas vendidas em farmácias e drogarias”, garante Roseli Coutinho Santos, presidente da Comunidade Bom Pastor há 23 anos.
O termo de parceria, firmado entre as duas instituições e a direção-geral do presídio, representou um alívio para as duas casas, porque, conforme Roseli, a compra das fraldas representava um gasto alto no orçamento dos asilos.
Para a produção das fraldas dentro do presídio, os diretores das instituições compraram uma máquina que monta e sela as peças. A matéria-prima é fornecida pelos parceiros, e as detentas têm direito à remição. Ou seja: para cada três dias trabalhados, um a menos na pena.
A parceria surgiu a partir de uma conversa informal entre uma pessoa que conhece os trabalhos de ressocialização da unidade prisional e outra que atende os idosos. Para o diretor-geral do Presídio de Pouso Alegre, Sérgio Morais, todos os envolvidos beneficiam-se da parceria.
“Para as presas, isso representa o conhecimento de uma atividade possível de ser realizada após o cumprimento da pena. Ajuda ainda a despertar o espírito de empreendedorismo, pois a compra de uma máquina simples pode trazer bons lucros e ajudar nas despesas da família", afirma.
Satisfação
Carina Aparecida Silva dos Reis, 29 anos, operou durante um ano uma máquina injetora de plástico da qual saíam bonecas, espadas e chocalhos.O trabalho era feito em uma fábrica de brinquedos em Cambuí, a 50 quilômetros de Pouso Alegre. A experiência ajudou Carina a encarar com tranquilidade o desafio de operar a máquina que monta e sela as fraldas. Ela participou do treinamento inicial dado às detentas e, hoje, além de cuidar da produção, ensina todo o processo para as novatas. “Estou orgulhosa da equipe e mais ainda em ajudar os idosos que precisam dessas fraldas", destaca.
A meta da fábrica é aumentar a produção semanal de 400 para 1.000. “Vamos ampliar o número de vagas de trabalho para 12”, garante a diretora de atendimento e ressocialização do Presídio de Pouso Alegre, Dayana Aguiar Botelho Pereira.
As seis mulheres privadas de liberdade trabalham de segunda a sexta-feira, das 9 às 15h. Todas usam máscaras protetoras por questão de higiene. O trabalho é dividido da seguinte forma: um dia para a produção das peças e outro para etiquetar e embalar.
Fonte: Agência Minas