Agricultor de Camanducaia luta na Justiça para provar que está vivo

José Júlio do Couto, de 51 anos, foi dado como morto após primo falecer.
Na cidade, amigos brincam com o caso: "Assombração! Morto não dirige".






Um agricultor de Camanducaia (MG) luta na Justiça para provar que está vivo. José Júlio do Couto foi dado como morto após um primo dele, que tinha o mesmo nome, falecer e ser registrado em seu lugar. A confusão só foi revelada quando ele tentou retirar a 2ª via de alguns documentos no cartório da cidade.

"Fui no cartório para tirar a 2ª via da minha Certidão [de Nascimento], cheguei lá, o rapaz falou que eu estava morto já. Eu falei para ele: 'Eu estou morto como, se eu estou aqui?'. Ele falou: 'Não, porque aqui tem um assentamento de óbito no seu livro'", disse o agricultor.

O primo de José morreu no dia 24 de fevereiro de 2015, em Extrema (MG), cidade vizinha de Camanducaia. Após o erro do registro, os funcionários do cartório quiseram verificar se o agricultor, que tem 51 anos, era mesmo quem dizia ser.

"Ele começou a investigar. Mandou perguntar o nome do meu pai, da minha mãe, eu falei. Do meu tio, da minha tia, eu falei. Da esposa dele, eu falei. Avó materna e avô materno, eu falei também. Daí ele falou, o outro [rapaz] lá do cartório, que estava no correio, falou 'é ele mesmo, porque ele respondeu todas as perguntas'", contou.

José não conseguiu renovar o RG nem dar entrada nos papéis da aposentadoria. Até para o banco, ele já não existe mais. "O meu pai está dando dinheiro para mim agora, porque eu tenho dinheiro, mas não consigo tirar", explicou.

Segundo a advogada que defende o agricultor, a falha pode ter sido do Cartório de Registros de Camanducaia, que informou que já pediu a regularização dos documentos junto ao Ministério Público. "Eles lançaram no nome do José Júlio que estava lá, só que eles deveriam ter verificado documentação, nome de mãe", afirmou Patrícia Guedes.

Bom humor
A confusão pode até trazido problemas para José, mas os amigos aproveitaram para brincar com a situação. "Todo mundo faz assim (o sinal da cruz). Fala assim: 'Assombração! Morto não dirige'", brincou o agricultor.

"Nasceu de novo! Jesus Cristo! Ressuscitou. Então a gente fica nessa brincadeira com ele. É um amigo da gente, gente boa", disse o taxista Luís Carlos Graciano.

Segundo o cartório de Camanducaia, a situação deve ser regularizada ainda nesta semana. "Já que eu morri, eu tenho que voltar a viver", conclui José.
Amigos brincam com situação enfrentada por José (Foto: Reprodução EPTV)Amigos brincam com situação enfrentada por José (Foto: Reprodução EPTV)
Fonte: G1 Sul de Minas