Secretaria faz campanha preventiva após caso de leishmaniose em Lavras

Criança de 13 anos teve a doença, já foi tratada e está em casa.
Doença, transmitida por mosquito após picada em cães, pode matar.



Após a confirmação de um caso de leishmaniose em Lavras (MG), a Secretaria de Saúde começou uma campanha preventiva na cidade. Uma menina de 13 anos teve a doença, foi tratada e já está em casa. A doença, transmitida por um mosquito após picarem cães, que são hospedeiros da leishmaniose, pode matar as vítimas.

A menina ficou internada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade no começo de janeiro. Segundo a prefeitura, foram realizados exames e confirmado o diagnóstico de leishmaniose visceral no fim da última semana, da segunda-feira (16). A menina já recebeu alta e está em casa. Os cães da família também fizeram exames que descartaram a doença.

O caso deixou as autoridades de saúde e pesquisadores em alerta. Até esta quarta-feira (25), uma equipe da Secretaria Estadual de Saúde estava na cidade pra ajudar na orientação dos agentes de saúde em ações de prevenção. Cães de outros moradores do bairro Morada do Sol 2, onde a menina mora, têm sido encaminhados pelos donos para análise.

Cães de rua também têm sido recolhidos na cidade e passam por análise na Universidade Federal de Lavras (Ufla). Os animais que estão contaminados são sacrificados e os que não estão infectados serão encaminhados para adoção.

Além do monitoramento da população canina, o município vai intensificar o combate ao mosquito transmissor da doença, que se reproduz em áreas de criadouros de animais e no meio de materiais orgânicos, como restos de comida ou fezes, por exemplo.

A doença
Segundo especialistas, a leishmaniose visceral é uma doença transmitida pelo mosquito-palha ou birigui que, ao picar, introduz na circulação do hospedeiro o protozoário leishmania chagasi. Cães podem ser reservatórios desse protozoário e fonte de infecção para os vetores, mas a doença não é transmitida pelos cães nem de uma pessoa pra outra. Isso só acontece através da picada da fêmea do mosquito-palha, infectado.

Os principais sintomas e sinais clínicos da doença em humanos são febre irregular de longa duração (mais de sete dias), falta de apetite, emagrecimento, fraqueza, e barriga inchada pelo aumento do fígado e do baço com o passar do tempo.

Com relação aos cães, os principais sinais clínicos são apatia, lesões de pele, queda de pelos, inicialmente ao redor dos olhos e nas orelhas, emagrecimento, lacrimejamento (conjuntivite) e crescimento anormal das unhas.

As pessoas que tem a doença diagnosticada conseguem tratamento pelo sistema único de saúde (SUS), mas para os cães infectados não há cura.

Fonte: G1 Sul de Minas