Desde o rompimento do PCC com o CV (Comando Vermelho) e outras facções, já foram afetados Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre, Pará, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba, Rio de Janeiro e São Paulo. O levantamento foi realizado com base em dados fornecidos por governos e sindicatos de agentes penitenciários.
Roraima, por exemplo, sofreu com duas rebeliões relacionadas a ações do PCC em presídios do Estado.
A última ocorreu na sexta-feira (6), na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista (RR), e matou 31 detentos, embora o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, tenha creditado o motivo a um "acerto de contas" entre internos. Na mesma cadeia, dez presos foram assassinados em outubro. Neste sábado (7), mais dois corpos foram encontrados. Eles estavam enterrados na cozinha.
A disputa entre o PCC e a FDN (Família do Norte), facção aliada ao CV, também teria motivado o motim que matou 56 internos no Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), em Manaus (AM), na semana passada.
Para o promotor do MP-SP Lincoln Gakiya, que há anos investiga o PCC, essas rebeliões são capítulos de uma guerra que está apenas começando. "O PCC rompeu acordos que tinha com outras quadrilhas para uma convivência pacífica em presídios e no tráfico de armas e drogas. Desde então, já aconteceram conflitos em vários Estados e a violência pode crescer"
Na região Nordeste, por exemplo, o PCC está presente de forma maciça, mas como fornecedor de drogas e armas para quadrilhas locais na maioria dos estados.
Minas Gerais
Uma rebelião ocorrida no Presídio de Itajubá (MG) em outubro do ano passado foi relacionada aos recentes conflitos entre PCC e CV, segundo o presidente do Sindasp-MG (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de Minas Gerais), Adeilton Souza Rocha. Segundo ele, detentos ligados à organização paulista fizeram dois agentes penitenciários reféns e exigiram que presos do CV, que estavam em outra ala, fossem entregues para que servidores os fossem libertados. Após cerca 20 horas de negociações, o motim foi encerrado sem que os membros do CV fossem levados aos integrantes do PCC. Mesmo assim, a tensão entre as facções permanece no Estado, disse o presidente do Sindasp-MG.
Em nota, a Seap (Secretaria Estadual de Administração Penitenciária) diz que tem acompanhado as unidades e, junto com as forças de segurança do Estado, "está apta a fazer frente a qualquer demanda do sistema prisional".
Fonte: UOL