Casal de Poços de Caldas viaja o mundo com dinheiro guardado em cofrinhos


Servidora começou a guardar moedas quando ganhou 'porco gigante'.
Nos últimos 6 anos, eles visitaram ao menos um país por ano.


Se de grão em grão, a galinha enche o papo, de moeda em moeda, a servidora pública e assistente social Marisa Garcia Pereira começou a conhecer o mundo. Há cerca de seis anos, ela e o marido, de Poços de Caldas (MG), começaram a guardar todas as moedas que recebiam em cofres, e com o dinheiro, eles já conheceram seis países e já inspiram amigos a fazer a mesma economia.

A entrevista, inclusive, foi feita pela internet enquanto Marisa aproveitava o fim do ano na Alemanha. “Boa noite, aqui já é 20h30, então boa noite”, começou, respondendo as perguntas pelo Whatsapp quando ainda era tarde no Brasil.

A promissora coleção de moedas começou quando a servidora ganhou um “porco bem grande” de uma amiga, que trouxe da cidade paulista Porto Ferreira. “Era um cofre grande, do tamanho de uma leitoa normal, bem grandão mesmo”, lembra. Marisa começou colecionando moedas de R$ 1, mas com o tempo, ela e o marido também começaram a juntar de R$ 0,50 e R$ 0,25.
Casal em frente à Torre Eiffel em Paris, na França, poços de caldas (Foto: Marisa Garcia Pereira/Arquivo pessoal)Casal em frente à Torre Eiffel em Paris, na França
(Foto: Marisa Garcia Pereira/Arquivo pessoal)


“Aí chegou um ponto que ele encheu tanto que não cabia nem uma moeda, tinha que ficar em cima de um tapete, escondido atrás de um móvel, porque não podia nem locomover, ninguém conseguia tirar ele do chão”, conta.

Nessa época, a filha deles estava morando na Holanda e eles decidiram, finalmente, visitá-la. E foi aí que surgiu a ideia de usar o cofrinho pra conseguir levar dinheiro pra viagem. Ao abrir o cofre, a surpresa: o “mar” de moedas foi suficiente pra pagar uma das passagens aéreas de ida e volta e ainda sobrou dinheiro pra comprar alguns euros.

Desde então, a coleção virou rotina sagrada. Todo o dinheiro que eles ganham em moedas é guardado em cofrinhos, que também se multiplicaram. A última leva tinha três bichinhos. O marido dela, Paulo Sérgio Pereira, que é mecânico automotivo, guarda as gorjetas dos trabalhos pesados e ainda pede para o pessoal trocar tudo em moedas. Da última vez, a coleção de moedas rendeu mais de R$ 2 mil. Somente de R$ 1 foram R$ 667.

“Então a gente fica durante o ano todo guardando todas as moedas ali no cofrinho. Eu inclusive já estou no terceiro passaporte”, comemora, antes de iniciar a lista de países por onde já passou: Inglaterra, França, Holanda, Bélgica, Espanha, e agora Alemanha, onde a filha deles atualmente está vivendo.

“Agora eu estou aqui em Berlim, amanhã nós vamos para a Polônia. Só o ano passado que nós não estivemos na Europa, porque minha filha esteve três meses aí [no Brasil] comigo de férias”, conta. Mas se não teve roteiro internacional, o dinheiro do cofrinho ficou aqui no Brasil mesmo, no Rio Grande do Norte, quando o casal foi visitar Natal. “Ficamos durante 15 dias fazendo turismo, pagando hotel e gastando com restaurante, então foi um bom dinheirinho que nós conseguimos juntar”, completa.
Marisa ao lado da filha na Alemanha, no final de 2016 (Foto: Marisa Garcia Pereira/Arquivo pessoal)Marisa ao lado da filha na Alemanha, no final de 2016 (Foto: Marisa Garcia Pereira/Arquivo pessoal)






























E como ideia boa é sempre bem-vinda, o casal já inspirou diversos amigos a fazer a mesma coisa, e agora, quando o cofre enche, perto da data das viagens ou nos fins de ano, eles chamam todos para um café e os amigos ajudam a contar as moedinhas.

Uma ideia para o futuro
E pra quem está pensando em começar 2017 com um novo investimento, a Marisa deu algumas dicas fazer uma coleção de cofrinhos. Pra começar, o ideal é comprar um porquinho que não tenha abertura embaixo. Isso ajuda a manter as moedas ali e não desviá-las de acordo com a necessidade.
Marisa e o marido, Paulo Sergio, fazem selfie em uma das viagens internacionais, poços de caldas (Foto: Marisa Garcia Pereira/Arquivo pessoal)Marisa e o marido, Paulo Sergio, fazem selfie em
uma das viagens internacionais
(Foto: Marisa Garcia Pereira/Arquivo pessoal)


“Não abra [o cofre] por nada. Porque eu já fiz a experiência de pegar moeda, trocar por dinheiro e colocar na poupança. Aí aperta a situação, você corre lá, tira R$ 100, ‘‘ah’ vou tirar R$ 200, vou tirar R$ 30’... não. O cofrinho, você olha e fala: ‘eu não vou quebrar um cofre desse tamanho pra tirar moedinha não’, vai deixar ali”, ressalta.

A outra dica é guardar todas as moedinhas que aparecerem, porque apesar da Marisa separar os três valores mais altos, qualquer moeda vai para o cofrinho. “Não que a gente deixe de fazer as coisas, de ir num jantar, deixar de comer um lanche. Mas as moedas são sagradas para o nosso cofrinho”, continua.

Outra dica valiosa: dinheiro de papel não deve ser colocado no cofre. “Junto com as moedas, ele embolora lá dentro. Aí quando você for quebrar, você vai puxar as notas com as moedas em cima, ele rasga, vai deteriorar as cédulas. Então não tem jeito, tem que ser apenas moedas mesmo”, finaliza.

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O diretor executivo da empresa de educação financeira e consultoria Dinheirama, Conrado Navarro, diz que a maior parte do problema em se economizar reside nas crenças que temos em relação ao dinheiro e à nossa capacidade de administrá-lo e fazê-lo crescer. "O restante fica por conta da parte técnica, ou seja, o aprendizado prático sobre finanças", afirmou. Ele elaborou para o G1 outras seis dicas para que apostar no planejamento financeiro em 2017.

1. Pare de gastar com futilidades (de uma vez por todas)

É comum incluirmos em nossa rotina de consumo alguns itens que são desnecessários. Seja criterioso com isso e aprenda a dar mais valor ao seu trabalho. Quem ganha R$ 2 mil por mês em um emprego regular ganha aproximadamente R$ 12 por hora.

Lembre-se disso quando for comprar algo. Quantas horas você precisa trabalhar para compensar o item comprado? Esse raciocínio poderá te ajudar a frear aquelas compras inúteis e/ou feitas por impulso.

2. Venda objetos que não usa mais

Dê uma olhada aí na sua casa e veja quantos objetos que são pouco ou nada utilizados. É possível que alguns deles estejam em ótimo estado de conservação, praticamente novos. Separe cada um deles, dê uma boa limpeza, faça fotos “no capricho” e coloque-os à venda em sites de produtos usados, de classificados online de sua região ou nas redes sociais.

3. Procure usar melhor o seu tempo livre para gerar mais renda

Há inúmeras maneiras de usar seu tempo livre para gerar mais renda. Analise seu conhecimento e suas habilidades e pense que tipos de serviço você tem condições de prestar para a sociedade, seja fisicamente ou através da Internet.

4. Estude sobre investimentos

Antes de você iniciar seus investimentos, você precisa conhecer o assunto. Comece entendendo muito bem a diferença entre renda fixa e variável e entenda o seu perfil como investidor, com especial atenção para os riscos que você aceita correr para multiplicar o seu capital.

5. Estude sobre empreendedorismo

Você até pode permanecer no seu emprego por muitos anos, ganhando a mesma coisa e, ainda assim, com disciplina, alcançar seus objetivos, como veremos na dica seguinte. No entanto, se você abrir sua mente para o mundo dos negócios, terá condições de acelerar muito essa jornada.

6. Tenha metas menores, mas que somadas representem seus sonhos

Todo mundo quer ser milionário, mas todo mundo acha que isso é um sonho grande demais e termina desistindo. Por outro lado, se você tiver a meta de poupar e investir R$ 100 por dia (ou R$ 2 milpor mês), por 15 anos, utilizando apenas a renda fixa (rende menos, mas é mais segura), você terá seu milhão nas mãos.

O segredo aqui é ter disciplina e aceitar o desafio. E se você pensou que R$ 100 é muito para poupar por dia, então vejamos com R$ 20. Nos mesmos 15 anos, você terá um patrimônio de R$ 200 mil, que é suficiente para você iniciar inúmeros tipos de negócio.

Fonte: G1 Sul de Minas