Parente desconfiou do sumiço da criança e denunciou ao Conselho Tutelar.
Bebê de apenas 7 meses morava nesta casa com os pais em São Lourenço (MG) (Foto: Reprodução EPTV) |
A Polícia Civil deve entrar com um pedido na Justiça para que as ligações e mensagens dos celulares do casal de São Lourenço (MG), suspeito de trocar a filha de apenas 7 meses por uma moto, sejam investigadas.
"Têm os celulares que foram apreendidos que nós vamos pedir judicialmente autorização para poder verificar realmente o teor das conversas, das ligações, algumas mensagens, o whatsapp. Então, tudo através de solicitação judicial. Acreditamos que vamos conseguir demonstrar realmente o que ocorreu de forma efetiva", disse o delegado Luciano Belfort.
A criança foi encontrada por policiais em Santa Rita do Sapucaí (MG) com outro casal, que também foi detido, nesta segunda-feira (12). A moto que teria sido usada como moeda de troca foi apreendida e avaliada em cerca de R$ 4,8 mil.
Segundo a polícia, os pais não confirmaram a venda da criança, mas disseram que estavam passando por dificuldades financeiras.
"Eles alegam da dificuldade de criar a criança e que esse casal teria dado algum tipo de ajuda, mas eles não afirmam a venda. Então, as investigações têm que continuar no sentido de comprovar realmente se foi efetivada a venda ou se foi apenas uma entrega da criança por uma suposta negociação. A princípio, tudo indica, pela gravidade do fato e pelas denúncias da forma que foram elaboradas que, infelizmente, teria ocorrido realmente o crime do artigo 238", explicou o delegado.
Ainda segundo o delegado, tanto os pais da criança como o casal que teria ficado com o bebê foram ouvidos e liberados porque não houve flagrante. A menina foi levada para um abrigo, onde permanece sob custódia do Estado. Se a troca for comprovada, os pais da criança podem perder a filha.
De acordo com o Conselho Tutelar, a denúncia foi feita por um parente do casal que desconfiou do sumiço da menina. Em conversa com a conselheira tutelar, na presença da Polícia Militar, os pais entregaram o endereço de onde a criança estaria em Santa Rita do Sapucaí.
"Ela [a mãe] disse que estaria com essa senhora para ser batizada por ela", disse Sandra Silva Nascimento, conselheira tutelar.
Até a publicação desta reportagem, a informação era de que a família não tinha advogados constituídos.
Fonte: G1 Sul de Minas