Eles são suspeitos de participar de esquema que beneficiava credores.
Funcionários podem ter recebido propina em Boa Esperança.
Cinco servidores do setor de contabilidade da Prefeitura de Boa Esperança (MG) estão entre os presos da operação do Ministério Público que prendeu nove pessoas nesta terça-feira (29). Segundo as investigações, todos fazem parte de um esquema que passava credores da prefeitura na frente da fila de pagamento em troca de propina.
A operação "Bom Pagador" foi realizada pelo Gaeco, Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, do Ministério Público e também pela 1ª Promotoria de Justiça de Boa Esperança. A Polícia Militar também cumpriu mandados na prefeitura e também em imobiliárias e cartórios da cidade.
"Nós acompanhamos as interceptações telefônicas e ao longo do monitoramento telefônico, fomos fazendo a filtragem das pessoas envolvidas com o esquema. Foram 14 mandados de busca e apreensão, nove prisões, sendo três preventivas e seis temporárias", disse o promotor do Gaeco, Daniel Ribeiro Costa.
As investigações começaram em maio deste ano após a suspeita de que os servidores municipais estariam agenciando um esquema para receber tributos como o IPTU e o ITBI, só que sem dar entrada nos cofres públicos. O dinheiro seria apenas contabilizado no sistema, mas repassado diretamente para credores da prefeitura, que por sua vez, teriam pago propina para esses funcionários para poder receber antes de outras empresas.
"Alguns credores estariam entregando vantagens indevidas em troca de receber prioritariamente, de 10 a 20% (o valor). Não havia entrada efetiva de dinheiro nos cofres do município, não entrada de fato e saía, era feito apenas uma operação contábil", disse o promotor Fernando Muniz.
Todos os documentos apreendidos foram levados para a sede do Ministério Público. Já os presos foram ouvidos na delegacia. O prefeito de Boa Esperança, Antônio Carlos Vilela, disse que desconhece o esquema, mas que, em 2015, já havia feito um decreto para reafirmar a proibição dessas compensações.
"Não sei o que aconteceu, inclusive tem um decreto executivo do ano passado, que essas compensações estariam proibidas definitivamente. Eu proibi através de um decreto, se acontecia ou não acontecia eu não sei, nós temos esse decreto desde 2015. Não sei (se existe a possibilidade disso estar acontecendo após o decreto), a ordem é para que não acontecesse", disse o prefeito.
Segundo o coordenador do Gaeco, as investigações ainda devem apontar se quem pagava os tributos atrasados também recebia alguma vantagem.
"Ainda está em fase de análise, em razão da necessidade de se analisar o material, mas preliminarmente pode-se falar em corrupção ativa, passiva e participação em organização criminosa. Naturalmente que a partir da análise desses documentos, outros crimes podem aparecer", disse o promotor coordenador do Gaeco, Ígor Serrano Silva.
Os presos foram levados para o Presídio de Boa Esperança.
Fonte: G1 Sul de Minas
Funcionários podem ter recebido propina em Boa Esperança.
Cinco servidores do setor de contabilidade da Prefeitura de Boa Esperança (MG) estão entre os presos da operação do Ministério Público que prendeu nove pessoas nesta terça-feira (29). Segundo as investigações, todos fazem parte de um esquema que passava credores da prefeitura na frente da fila de pagamento em troca de propina.
A operação "Bom Pagador" foi realizada pelo Gaeco, Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado, do Ministério Público e também pela 1ª Promotoria de Justiça de Boa Esperança. A Polícia Militar também cumpriu mandados na prefeitura e também em imobiliárias e cartórios da cidade.
"Nós acompanhamos as interceptações telefônicas e ao longo do monitoramento telefônico, fomos fazendo a filtragem das pessoas envolvidas com o esquema. Foram 14 mandados de busca e apreensão, nove prisões, sendo três preventivas e seis temporárias", disse o promotor do Gaeco, Daniel Ribeiro Costa.
As investigações começaram em maio deste ano após a suspeita de que os servidores municipais estariam agenciando um esquema para receber tributos como o IPTU e o ITBI, só que sem dar entrada nos cofres públicos. O dinheiro seria apenas contabilizado no sistema, mas repassado diretamente para credores da prefeitura, que por sua vez, teriam pago propina para esses funcionários para poder receber antes de outras empresas.
"Alguns credores estariam entregando vantagens indevidas em troca de receber prioritariamente, de 10 a 20% (o valor). Não havia entrada efetiva de dinheiro nos cofres do município, não entrada de fato e saía, era feito apenas uma operação contábil", disse o promotor Fernando Muniz.
Todos os documentos apreendidos foram levados para a sede do Ministério Público. Já os presos foram ouvidos na delegacia. O prefeito de Boa Esperança, Antônio Carlos Vilela, disse que desconhece o esquema, mas que, em 2015, já havia feito um decreto para reafirmar a proibição dessas compensações.
"Não sei o que aconteceu, inclusive tem um decreto executivo do ano passado, que essas compensações estariam proibidas definitivamente. Eu proibi através de um decreto, se acontecia ou não acontecia eu não sei, nós temos esse decreto desde 2015. Não sei (se existe a possibilidade disso estar acontecendo após o decreto), a ordem é para que não acontecesse", disse o prefeito.
Segundo o coordenador do Gaeco, as investigações ainda devem apontar se quem pagava os tributos atrasados também recebia alguma vantagem.
"Ainda está em fase de análise, em razão da necessidade de se analisar o material, mas preliminarmente pode-se falar em corrupção ativa, passiva e participação em organização criminosa. Naturalmente que a partir da análise desses documentos, outros crimes podem aparecer", disse o promotor coordenador do Gaeco, Ígor Serrano Silva.
Os presos foram levados para o Presídio de Boa Esperança.
Fonte: G1 Sul de Minas