Golpistas se passam por agentes públicos para furtar em Campanha

Polícia Civil investiga existência atuação de quadrilha na cidade.
Desde 2015, idosos são o principal alvo, segundo a PM.





A Polícia Civil de Campanha (MG) investiga a existência de uma quadrilha que estaria se passando por agentes públicos de fiscalização e saúde para furtar idosos na cidade. A vítima mais recente é uma mulher de 84 anos. Nesta quarta-feira (16), completou uma semana que duas mulheres simularam um atendimento para pegar cartões de banco e dinheiro da casa dela.

A idosa, que pediu para não ser identificada, relatou que o furto aconteceu no dia 9 de novembro. Uma câmera de segurança de uma casa vizinha flagrou o momento em que as suspeitas desceram de um carro e seguiram a pé para a residência da vítima. Lá, elas se apresentaram como agentes do programa Estratégia Saúde da Família (ESF, o antigo PSF) e chegaram a aferir a pressão da mulher.

"Foram conversando para dar tempo da 'ladrona' me roubar", contou a vítima. "O mundo caiu em cima da minha cabeça", disse sobre a sensação que teve quando constatou, pelo extrato bancário, que saques foram feitos em sua conta a partir de uma agência de Ribeirão Preto (SP).

A polícia ainda não sabe quantas pessoas já caíram nesse tipo de golpe na cidade. De acordo com a Polícia Militar (PM), boletins de ocorrência com histórias semelhantes começaram a ser registrados em 2015.

Uma mulher ouvida pela equipe de reportagem da EPTV, e que também pediu para não ser identificada, conta que a vítima foi a mãe, de 81 anos.

"Falaram que trabalhavam na prefeitura, que eles tinham que medir o terreno para poder ter o desconto no IPTU [Imposto Predial e Territorial Urbano]. Eram um homem e uma mulher. Pediram para a minha mãe segurar a fita. E a minha mãe, inocente, segurou a fita. E acho que foi nessa hora que a mulher, que estava junto, entrou no quarto da minha mãe e pegou os cartões e a identidade", relata a moradora.

Ainda segundo a filha, foram sacados R$ 2.200 da conta da vítima, que, de tão chocada com o golpe, teria adoecido. Ela morreu dois meses depois do crime.

Em outro caso, um casal teria se apresentado como agentes de combate à dengue. Depois do furto, R$ 7 mil desapareceram da conta bancária da vítima, que ainda teve a casa arrombada outras três vezes depois desse episódio, ocorrido no final de 2015.

Em nota à imprensa, a Prefeitura de Campanha informou que até o momento não foi comunicada sobre o caso pela polícia e que todos os agentes de saúde e fiscais municipais realizam seu trabalho devidamente uniformizados e identificados com crachás. Confira abaixo a nota oficial:

NOTA À IMPRENSA
A Prefeitura da Campanha até o momento não foi comunicada sobre o caso pela Polícia Civil ou Militar. Informamos que todos os Agentes de Saúde e fiscais da Prefeitura da Campanha realizam seu trabalho devidamente uniformizados e identificados com crachás. Em caso de dúvida, o cidadão pode ligar no Setor de Vigilância em Saúde (3261-1726) ou no Setor de Receitas (3261-1427) para confirmar se existe alguma visita de agentes ou fiscalização programada em sua residência. A Prefeitura da Campanha irá acompanhar o caso e se coloca à disposição dos órgãos responsáveis para auxiliar nas investigações.

Fonte: G1 Sul de MInas