Após tantos casos, população se uniu à PM para criar uma ONG.
A suspeita é que os animais tenham sido envenenados por chumbinho, uma das substâncias para matar ratos mais conhecidas e usadas no Brasil. O veneno é solúvel em água, mas como não tem cheiro e nem sabor pode ser rapidamente absorvido pela pele. O que pode intoxicar facilmente os animais.
Um dos animais mortos foi a cachorrinha do pedreiro Luiz Fernando. Ele conta que a última imagem que restou da Neguinha, como era chamada, foi tirada no momento em que ela era enterrada. Segundo ele, a cachorra estava prenha quando foi morta.
"Eu cheguei em casa do serviço e ela estava na garagem deitada. Eu cheguei e olhei para ela e ela, simplesmente, ficou quieta no chão, deitada. Ela estava com o olho estalado e eu cheguei perto e ela não levantava e nem parava em pé", disse o pedreiro Luiz Fernando Lemos.
Com os casos aumentando na cidade, várias pessoas já registraram queixa na delegacia. "Comigo não aconteceu isso uma vez, aconteceu isso várias vezes. Lá onde eu moro não é uma vez que acontece isso. Lá aconteceu uma, duas, três, quatro vezes. Já aconteceu várias vezes isso", contou a estudante Fabíola Tomaz da Silva.
A médica veterinária Maria Eduarda Ramos analisou alguns casos e não tem dúvida sobre a causa das mortes. “Muitos dos casos não dá nem tempo de a gente fazer o exame, mas pelo exame clínico a gente pode afirmar que é envenenamento”, disse a médica veterinária.
Após tantas mortes, moradores se uniram à Polícia Militar e criaram uma ONG. Na internet, eles divulgam todos os casos de envenenamento e maus tratos da cidade.
“Nós temos que trabalhar essa cultura deturbada e que isso cesse, porque é vergonhoso para a cidade”, explica a sargento da PM, Julianna Moreira Balduíno.
“Se cada um denunciar, vai acabar. Ai a pessoa vê que não fica só acontecendo e que vai ter a punição”, contou a dona de casa Cláudia Helena Inácio De Brito.
Fonte: G1 Sul de Minas/EPTV