Feira empresarial exibe materiais produzidos por pessoas privadas de liberdade

A produção ocorre dentro de unidades administradas pela Secretaria de Estado de Administração Prisional




Foi promovida nesta sexta-feira (21/10) a Feira Empresarial de Produção com Trabalho de Pessoas Privadas de Liberdade, na Cidade Administrativa. Participaram representantes de 10 empresas, que mostraram móveis, artefatos de gesso, bolas esportivas, semijoias, uniformes profissionais, bolsas, vasos e roupas de cama para bebês.

A produção ocorre dentro de unidades administradas pela Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) e trazem benefícios para os empresários, geram renda, profissionalização e remição de pena (um dia de desconto a cada três trabalhados) para as pessoas privadas de liberdade.

Pela Lei de Execuções Penais (LEP) os empregadores têm de remunerar os presos com pelo menos três quartos do salário mínimo por mês, não estando sujeitas ao recolhimento dos encargos previstos na CLT.

Ao visitar a feira no fim da manhã, o secretário de Administração Prisional, Francisco Kupidlowski, disse que é uma satisfação muito grande para o sistema prisional realizar esse tipo de evento. “Os internos não podem ficar na ociosidade. Estes trabalhos são um dom de Deus, que tem de ser aproveitado em benefício próprio e da sociedade”, destacou.

Confiança

Há 10 anos instalada em um galpão do Complexo Penitenciário Nelson Hungria, em Contagem, a Arte Engesso emprega 75 presos e produz cerca de 42.000 peças, entre brancas e pintadas. O proprietário da empresa, Rodrigo Franco, relata que jamais teve incidentes de segurança nem atrasos na produção.

“Realmente é vantajoso para um empreendedor instalar sua fábrica dentro de uma unidade prisional, mas isto não é tudo. Contribuímos na formação de mão de obra especializada e ajudamos na autoestima e confiança em um futuro diferente”, observou.

A Feira Empresarial também apresentou empreendedores que vão começar atividades no sistema prisional no próximo mês. É o caso da Monet Semijoias, empresa com mais de 40 anos de atividade em Belo Horizonte, que vai levar para o Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto parte de sua linha de fundição.

Um dos sócios da Monet e filho do fundador, Marcus Morais, 41 anos, explica que a nova unidade da empresa vai começar empregando dez detentas, mas a previsão é de chegar a 30. “Estamos confiantes, especialmente por se tratar de mão de obra feminina. É preciso delicadeza e muita atenção, além de gostar das peças. Vamos dobrar nossa produção.”

A empresa vende brincos, pulseiras, anéis e gargantilhas para várias cidades de Minas Gerais, além de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Natal e Fortaleza.




Fonte: Agência Minas