Produtores buscam solução para acabar com ataques de animais.
Pecuaristas estão preocupados com os constantes ataques de cães ao gado em Areado (MG). De acordo com o Sindicato dos Produtores Rurais do município, em um ano foram pelo menos 146 mortes de animais na cidade. Para tentar acabar com o problema, os produtores se reuniram com a direção do sindicato rural.
Segundo os produtores da cidade, os ataques acontecem durante a madrugada, sempre por volta das 4h ou 5h da manhã. Os primeiros animais feridos foram encontrados no alto de uma serra da região, mas nos últimos quatro meses, os cachorros têm atacado nos pastos que ficam perto dos currais.
Na fazenda do pecuarista Rodolfo de Oliveira Barbosa são cerca de 300 vacas leiteiras das raças Girolando e Holandesa. Cada animal custa em média R$ 2 mil. Em apenas um ano, o produtor conta que já perdeu 15 novilhas, quatro só nos últimos 15 dias.
O fato fez com que ele alterasse a rotina. Com os ataques, ele passou a acordar às 4h da manhã para vigiar o rebanho."Nos últimos meses, a gente acorda toda madrugada para estar procurando cachorro, para estar preocupado com gado atacado", afirmou o produtor.
Em outra fazenda, foram sete bezerros mortos, em quatro meses. E o produtor, Marcos Vieira da Silveira, ainda tenta salvar outros 10 bezerros que tiveram orelhas mutiladas depois de serem atacados por cachorros. Os pecuaristas acreditam que os ataques estão sendo cometidos pela mesma matilha.
"Há notícias na região, de outros produtores. A descrição é a mesma, parece que é uma matilha que eles fazem. Dentre esses que eu vi, junto com eles tinha mais animais, mais cachorros", contou Silveira.
Agora os produtores rurais tentam encontrar uma solução para o problema. "O que eu não quero para mim, eu não quero para ninguém. Então a gente [tem que] correr atrás, procurar os meios da prefeitura, os órgãos competentes de lá, para poder nos ajudar, para chegar a um consenso, mudar isso aí, castrar esses cachorros, o que puder", disse o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais Baltazar Alves.
Para o médico veterinário André Augusto de Souza, não resta dúvida de que os ataques são feitos por cães. E a última coisa que eles querem é uma matança de cães na região.
"É o mais viável, a castração, fazer a castração destes animais, principalmente destes animais que vivem soltos na rua e podem estar saindo da cidade e indo para a propriedade rural atacar. E também conversar com os produtores para ver os animais que estão saindo da propriedade à noite, que podem estar indo atacar estes animais", explicou o veterinário.
Ainda segundo os produtores, enquanto os cães estiverem soltos, o gado corre risco. "A pior coisa é você chegar [e ver] quatro, cinco, seis. É desagradável. É uma dor que não tem tamanho para quem cria e tem o coração com o animal”, afirmou o pecuarista Flávio Augusto Antiorio Bernardes.
