Meninas voltaram atrás e negaram que o crime tenha acontecido.
A Polícia Civil esclareceu o caso de um suposto estupro coletivo envolvendo duas adolescentes em Machado (MG). Segundo a instituição, durante depoimento nesta sexta-feira (24) as jovens voltaram atrás e negaram que o crime tenha acontecido.
A informação foi divulgada pelo Ministério Público após o segundo depoimento prestado pelas meninas. Segundo a nota emitida pelo órgão, o delegado responsável pelo caso, Juliano Lago, disse à promotoria de Justiça que as jovens não foram vítimas de estupro. O MP ainda aguarda a comunicação oficial da Polícia Civil.
A mãe de uma das adolescentes não quis ser identificada, mas contou que não sabia que a filha dela, de 15 anos, estava envolvida no caso. Ela só teria ficado sabendo quando chegou à delegacia. "Pra mim, ela não falou nada. A outra que falou pra mãe dela lá", disse.
O caso começou a ser investigado nesta quinta-feira (23) após a denuncia da mãe da outra adolescente. Ela disse à policia que a filha e a amiga haviam sido sequestradas por um grupo de rapazes, levadas para um cativeiro, dopadas e violentadas.
"Elas 'acabou' de sair de casa, quando chegou na esquina os caras já 'tavam'. Diz ela que já estavam armados, que ele mostrou a arma pra ela. Primeiro deram guaraná. Depois elas ficaram tontas, já não 'lembra' de mais nada. Aí foi o rodízio. Ninguém sabe o que puseram no guaraná, porque o guaraná delas, ninguém bebeu, foi só delas. A lista que ela deu ali do bonde tem mais de 24 pessoas", disse ainda na quinta-feira.
Investigação
Durante a procura por um dos suspeitos na noite desta quarta-feira (22), houve troca de tiros com a polícia. O suspeito continua foragido.
Ao todo, 22 pessoas prestaram depoimento, entre elas, as duas adolescentes, os rapazes envolvidos no caso e parentes deles. Agora a polícia aguarda o resultado do exame de corpo de delito para saber se as jovens foram ou não violentadas. As duas meninas também passaram por exames médicos.
O Conselho Tutelar deve encaminhar as adolescentes para tratamento psicológico. "A gente vai estar encaminhando para o CREAS (Centro de Referência Especializado da Assistência Social), que é um órgão que dá assistência para nós, [em] tratamento psicológico. Todo o procedimento para acompanhamento delas depois será feito", explicou a conselheira Tatiana Caproni.
A polícia civil deve receber o laudo do exame de corpo de delito das jovens nesta segunda-feira (27).