O catálogo da fábrica tem brinquedos tradicionais como o jogo da memória, quebra-cabeças, pega-varetas, peteleco, pequeno construtor, tangran, jogo da velha e uma linha de peças decorativas e utilitárias como painéis e relógios de parede.
Mão de obra
Em visita à fábrica de brinquedos, os presos David da Silva Pereira, 35 anos, e Wellington Gustavo Monteiro da Silva, 27 anos, puderam conhecer as máquinas, o setor de expedição e a loja, que expõe cerca de 4 mil itens.
David nasceu em uma tradicional família de marceneiros, produtora de móveis residenciais em São Lourenço. Até os 18 anos ajudou na oficina da família e depois abriu uma “lan house”. “Acredito que a minha antiga experiência na marcenaria será útil. Vai ser bom voltar a trabalhar com madeira”, afirma.
Segundo David, ser pai de um menino de dez meses de idade aumenta ainda mais a motivação para fabricar brinquedos. “Não paro de pensar no meu filho. Vou fazer o melhor possível para realizar o sonho ser contratado, quando terminar minha pena.”
Atividades
O Presídio de São Lourenço tem atualmente 55 presos trabalhando fora, sendo 20 na parceria com a Prefeitura de São Lourenço, no serviço de limpeza da cidade, e 35 em outras atividades. Dentro do presídio, dois presos trabalham na horta, quatro na fabricação de sacolas ecológicas, e oito estão construindo novas celas, que vão gerar 42 vagas.
O diretor de segurança do presídio, Tiago Pereira dos Santos, diz que o trabalho é essencial na ressocialização dos presos e contribui para a segurança interna. “A nova parceria traz um ânimo para os presos e ajuda na redução do cumprimento da pena”, afirma. Segundo Tiago, os presos contratados pela Maninho Artesanatos vão receber três quartos do salário mínimo por mês e terão remição de pena, à razão de um dia de desconto a cada três trabalhados.
Por Bernardo Carneiro
Fotos: Gil Leonardi/Imprensa MG