Comerciantes cobram medidas para evitar enchentes em Poços de Caldas

Após chuva histórica em janeiro, empresários temem novos prejuízos.
Obras tiveram início na cidade, mas estão paradas há alguns dias.





Depois da enchente histórica do ultimo dia 19 de janeiro que trouxe prejuízos a vários comerciantes em Poços de Caldas (MG), muitos deles estão apreensivos diante do sinal de qualquer chuva mais forte na cidade. Eles pedem que a prefeitura tome providências mais efetivas para evitar que inundações voltem a acontecer.


Ao todo, mais de 400 pontos comerciais na região central foram atingidos. Na ocasião, choveu em 1h30 minutos o que era esperado para um mês. A Associação Comercial e Industrial de Poços de Caldas (Acia) calcula que os prejuízos chegaram a R$ 30 milhões.

Por causa disso, é só chover que o empresário Celso Frisson, dono de uma oficina de carros fica apreensivo. Ele foi um dos mais atingidos com a chuva e o prejuízo chegou a R$ 300 mil, já que vários veículos de clientes foram totalmente danificados.

"Três vezes, eu e meu irmão, a gente aparece aqui na madrugada para ver como está a situação. E se o rio estiver subindo rápido, a gente tenta tirar os carros de dentro da oficina, mesmo de madrugada", contou.

De acordo com ele, o medo é passar por tudo de novo, já que até o momento, pouco trabalho foi feito no sentido de evitar novos alagamentos na rua em que o estabelecimento está localizado. "Trabalharam uma semana, e parou o serviço. As máquinas foram embora, os buracos, a cabeça das pontes, onde tiraram para entrar as máquinas, estão abertas", acrescentou.

Uma das principais reivindicações dos comerciantes é a limpeza de áreas como o Córrego Vaie Volta, que deságua no Centro. Um espaço foi aberto na ponte para as máquinas da prefeitura passarem, mas o trabalho ainda não terminou e há muita sujeira. Na Rua Junqueiras, um dos pontos mais atingidos pela enchente, a situação é ainda pior.

Questionado sobre o problema, o secretário de Obras Públicas, Aldo Foltz Hanser, diz que as últimas chuvas atrasaram o trabalho, mas que também faltam recursos para prosseguir com a limpeza das áreas.

"Hoje o que se pode fazer é exatamente o que nós estamos fazendo, é limpeza de córrego, tentar melhorar as condições de drenagem, aumentando o diâmetro de bueiros, coisas desse tipo. Mas são medidas paliativas. As obras de drenagem são caras, porque envolvem trechos longos, envolvem desapropriações, envolvem uma série de fatores", pontuou.

Já o presidente da Acia, Mário Roberto de Oliveira, contesta a informação e diz que falta organização por parte da administração. "O mínimo que a gente esperava da prefeitura agora era realmente uma ação coordenada de todas as secretarias, para que não acontecesse novamente o que aconteceu dia 19 de janeiro", destacou.

O presidente da Acia disse ainda que havia um acordo com a prefeitura para que os comerciantes afetados tivessem o pagamento das contas de água e luz prorrogados, mas, segundo a administração, será preciso fazer um mapeamento dos comércios prejudicados com a enchente para que o benefício seja concedido.
Chuva causa alamentos e deixa muita sujeira nas ruas de Poços de Caldas (Foto: Renan Muniz)Comerciantes perderam tudo na enchente histórica (Foto: Renan Muniz)Fonte: G1 Sul de Minas/EPTV