Protestos contra PT voltam com força no dia 13

Organizadores esperam mobilizar a população pelas redes sociais contra governo em mais de 23 estados. Em BH, será montado um palco na Praça da Liberdade



Um ano depois do primeiro protesto de grupos contrários ao governo da presidente Dilma Rousseff, manifestantes se organizam para voltar às ruas daqui a duas semanas, no domingo, dia 13 de março. As convocações nas redes sociais trazem meta ousada de mobilizar 20 milhões de brasileiros e somam protestos em 23 estados e no Distrito Federal, num total de 154 municípios até agora. A informação é do movimento Vem pra rua (VPR), um dos maiores grupos. Com as investigações em torno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a prisão do marqueteiro do PT, João Santana, a expectativa de organizadores é que os protestos ganhem força em todo o país.

Em 15 de março do ano passado, ocorreram os primeiros atos contra o governo petista pedindo a saída da presidente Dilma. Na época, estimou-se em 1 milhão de brasileiros nas ruas. Mas, diferentemente do início, em 15 de março do ano passado, quando havia preocupação de desvincular o movimento de partidos políticos, desta vez as legendas também entraram no coro e estão conclamando a população a protestar contra o governo. Deputados e senadores foram convidados a discursar nas manifestações.

As convocações na internet pedem o impeachment de Dilma e chamam a população a apoiar o juiz Sérgio Moro, à frente das investigações da Operação Lava-Jato, que investiga desvios na Petrobras. “O juiz Sérgio Moro necessita do nosso apoio para poder continuar colocando os corruptos na cadeia. Dilma, Lula, Cunha e Renan são todos farinha do mesmo saco e vão fazer de tudo para escapar”, diz texto do VPR. Na página do VPR, eles comemoram o crescimento, em uma semana, da lista de cidades com manifestações confirmadas – de 40 para 154, inclusive Lisboa, em Portugal, e Orlando, nos Estados Unidos.

A frase “Se você não for, ela não sai”, do jornalista Reinaldo Azevedo, tem sido usada como mote das manifestações. No ato da Avenida Paulista, em São Paulo, há 1,2 milhão de convidados. Até a última sexta-feira, 72 mil disseram que comparecerão e 25 mil informaram ter interesse. Em Belo Horizonte, os protestos estão marcados para a Praça da Liberdade, às 10h, e para a Praça da Estação, às 14h. No primeiro, a página com maior número de adeptos conta com 2,2 mil confirmados. Já na Praça da Estação, são 1,3 mil confirmações.


O coordenador-geral do movimento Brasil Livre, Ivan Günter, acredita que ao longo de um ano de manifestações foi possível fazer um trabalho de construção do movimento de rua e que já há conquistas. “O Lula está sendo investigado, o marqueteiro do PT foi preso. Estamos conseguindo minar bastante o Partido dos Trabalhadores. Além de atacar ao máximo petistas ao nosso alcance, nosso objetivo é minar as eleições municipais”, afirma.

POLÍTICOS Uma das líderes do VPR em Minas, Kátia Pegos, de 50 anos, explica que um palco será montado na Praça da Liberdade com a finalidade de receber políticos de oposição, sindicalistas e mais interessados em protestar. Até agora, foram convidados o do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, e os deputados Ronaldo Caiado (DEM) e Jair Bolsonaro (PP). “Estamos chamando senadores e deputados federais. Fizemos um palco porque, como somos apartidários, eles não subirão nos carros de som dos movimentos”, afirma Kátia.

Na última quarta-feira, partidos de oposição representados pelo PSDB, DEM, PV, SD e PPS divulgaram nota não apenas de apoio ao movimento contra o Palácio do Planalto. Eles convocaram a população para as manifestações e oficializaram a criação do comitê pró-impeachment. A participação de políticos abriu espaço para a polêmica e tem afastado dos grupos populares integrantes que não concordam com essa proximidade.

Ex-participante ativo das manifestações no ano passado, o advogado Mariel Marra, de 36, disse que a aproximação com legendas políticas levou ao seu afastamento dos protestos. “Quando movimentos iniciaram as manifestações não eram partidárias. As pessoas brigavam para que não houvesse políticos, era pelo povo e para o povo. Agora, estão fechados com partidos e isso para mim é incoerente”, diz. Kátia Pegos afirma que o movimento continua apartidário. “Não é palanque eleitoral. Mas não existe como fazer impeachment sem a participação efetiva dos políticos”, completa.

O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (PSDB-MG), foi enfático ao falar da participação da legenda. “Decidimos nos engajar no movimento do dia 13. Vamos botar nossa cara e dizer ‘basta’ ao que vem acontecendo no Brasil”, afirmou. Segundo o senador, a oposição, articulada, vai atuar em três frentes: a tentativa de cassação da chapa da presidente Dilma no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as manifestações pró-impeachment e a apresentação de propostas no Congresso, entre elas as que envolvem programas sociais, uma das marcas do atual governo.



MANIFESTAÇÕES EM MINAS
Confira os protestos já marcadas para 13 de março
Belo Horizonte
10h Praça da Liberdade
14h Praça da Estação
Barbacena
» Jardim do Globo
Brasópolis
» Caravana para Itajubá
Cajuri
» Caravana para Viçosa
Campo Florido
» Praça Eteocles Vilela
Coimbra
» Caravana para Viçosa
Congonhas
» Quarteirão Açominas
Governador Valadares
» Praça dos Pioneiros
Ipatinga
» Caravana para Belo Horizonte

Fonte: em.com