Caixa causa prejuízo a clientes ao não repassar crédito para financiamento da casa própria

Mutuários que tiveram seus créditos aprovados não tiveram dinheiro liberado. Caixa informou que não vai mais liberar financiamento este ano
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A Caixa Econômica Federal informou esta semana que não vai mais aprovar financiamento para casa própria neste ano. Segundo a instituição, já foram gastos todo o orçamento previsto, ou seja, R$ 700 milhões.

Mas o problema não para por aí. Mutuários que tiveram o financiamento aprovado e pagaram a entrada da futura casa, agora são enrolados, pois o dinheiro não sai e ainda corre o risco de ter o negócio cancelado.

Thaís encontrou a casa dos sonhos. Procurou a Caixa Econômica, em novembro, e pediu financiamento. Ouviu que estava tudo certo, que era só levar os documentos exigidos. Aí, ela e o marido deram uma entrada de R$ 60 mil para garantir o imóvel. Mas, de lá para cá, o banco só pede para que esperem um pouco mais. Mais uma semana.

Este não é só um problema da Thaís. Diversas pessoas têm relatado os mesmos problemas. Neste caso mostrado, o empréstimo é na linha de crédito pró-cotista, que usa dinheiro do FGTS para financiar imóveis de até R$ 750 mil. Só pode se candidatar quem comprova que trabalha ou trabalhou pelo menos três anos, com carteira assinada, estar com contrato de trabalho ativo ou tem saldo na conta do FGTS com, no mínimo 10% do valor do imóvel.

A Associação Brasileira dos Mutuários da habitação diz que só no mês passado recebeu, em média, 20 reclamações por dia de pessoas na mesma situação.

A Caixa informou que pediu mais dinheiro para o Ministério das Cidades para reabrir os financiamentos e aguarda uma decisão do Conselho Curador do FGTS, que pode sair ainda esta semana. Em nota, informou que todas as operações aprovadas pelo banco serão honradas.

O representante da Associação Brasileira dos Mutuários, Geraldo Tardin a Caixa não podia ter aprovado um crédito sem a garantia dos recursos. “Você analisar, criar uma expectativa, liberar o crédito e não pagar o mutuário, a carta de crédito do mutuário, isso é um absurdo, é uma desorganização absurda. Alguém tem que pagar por isso, porque eu não posso avaliar e emprestar o dinheiro que eu não tenho”, ressalta.

Com informações do Bom Dia Brasil