Homem que foi detido tinha mandado de prisão preventiva aberto contra ele.
O homem suspeito de participar da morte da jovem Amanda de Almeida, de 21 anos que se entregou para a Polícia Civil neste sábado (23), em Itajubá (MG), teria um relacionamento amoroso com a jovem. Segundo a Polícia Civil da cidade, a análise das conversas telefônicas entre os dois teria revelado o envolvimento.
"Ele fazia diversas ligações para a Amanda. Então tudo leva a crer que ele tinha um relacionamento com ela. E também outro fato que chama a atenção é que a Amanda mantinha em segredo, segundo consta nos autos, a gravidez dela, que já estava no sétimo mês gestacional", diz Arílio Cléber Machado, delegado responsável pelo caso.
A jovem foi encontrada morta dentro de um rio em Cristina (MG), no dia 2 de janeiro. Ela desapareceu em Jesuânia no dia 31 de dezembro. O suspeito já tinha um mandado de prisão preventiva e, segundo o delegado, apesar de ter se entregado, o rapaz não confessou o crime.
"Ele não está sendo considerado como sendo o autor. Ele é o suspeito de ter algum envolvimento no crime e tudo vai ser apurado. Se houver outras pessoas com envolvimento, serão tomadas medidas judiciais cabíveis para que possam responder à Justiça", afirmou Machado.
A prisão do rapaz foi um choque para a família de Amanda. "Jamais a gente pensou que seria ele. E ele trabalhando, falando que ele queria justiça, que descobrisse", conta Marlene dos Santos, mãe da menina. "Na hora que eu liguei para ela, ela foi e falou para mim: 'Mãe, eu estou indo em Lambari. Na hora que eu chegar, eu te explico'. Ela não entrou em carro de estranho, ela entrou em carro de gente conhecida", conclui.
A irmã da vítima acredita no envolvimento de outras pessoas e diz que chegou a sofrer ameaças por telefone."Ligaram para minha tia sábado [dizendo] que não era pra deixar eu sair, que eles iam me pegar também", diz Aline de Almeida.
Para a mãe o caso não pode ficar impune. "É uma menina linda, cheia de sonhos. Infelizmente interromperam os sonhos dela e os nossos", lamenta dona Marlene.
O suspeito foi levado para o presídio de Itajubá e deve ser ouvido ainda esta semana.
Entenda o caso
Amanda desapareceu no dia 31 de dezembro, por volta das 17h, quando saía de casa, emJesuânia, acompanhada da mãe. As duas iriam visitar um parente e quando chegaram no portão, dona Marlene voltou para pegar um calçado. Nesse momento, vizinhos viram Amanda atendendo uma ligação e subindo a rua falando ao celular.Quando a mãe voltou ao portão, não viu mais a filha. "Achei que ela tinha ido na minha mãe, fui lá e [ela] não estava. Aí a gente começou a procurar na rua, no mato, no lago", conta Marlene.
Após ter sumido, Amanda ainda ligou para o irmão duas vezes. "[Ela falou]: 'avisa a mãe que eu estou indo em Lambari resolver um problema, e se eu não voltar, eu explico tudo pra mãe'. [Ela ligou] pouco depois que tinha saído daqui, uns 5 minutos depois", contou Sávio Augusto de Almeida.
Com o desaparecimento da jovem, moradores se solidarizaram na busca e foram de casa em casa procurando por pistas. Uma tia de Amanda disse que ligou para o celular dela e que uma mulher, que disse se chamar Marcia, teria atendido e desligado em seguida. O corpo da estudante foi quatro dias depois, no Rio Barra Grande, em Cristina.
Investigações
Quando a jovem desapareceu, ela falava ao celular. A suspeita é de que a pessoa com quem ela falava ao telefone tenha alguma ligação com o desaparecimento e a morte. As últimas ligações da jovem foram rastreadas para encontrar alguma pista sobre o autor do crime.
Segundo o delegado regional de Itajubá (MG), Pedro Bezerra, o inquérito que vai apurar os fatos será presidido pelo delegado Arilio Machado, da comarca de Cristina (MG). Investigadores de Itajubá e Três Corações (MG) auxiliam no processo. Para preservar o sigilo, o delegado não quis revelar as linhas de investigações. Um homem chegou a ser detido após o corpo ser encontrado, mas foi ouvido e liberado.
De acordo com o laudo da perícia, a jovem estava grávida de 6 meses. A perícia também confirmou que a estudante foi morta a facadas, com oito golpes. No último contato com a família, a vítima disse ao irmão que estaria em Lambari (MG) resolvendo um problema.
Fonte G1 Sul de Minas