Cidades estão sem vacina antirrábica há mais de 15 dias no Sul de Minas

Entre as 10 maiores cidades da região, só Poços de Caldas tem vacina.
Ministério da Saúde aguarda regulamentação para mandar novos lotes.



Há 15 dias, pelo menos 10 cidades da região estão sem vacina antirrábica nos postos de saúde. Segundo algumas prefeituras, o problema é que o Ministério da Saúde não está repassando o medicamento. O coordenador de programação Bryan de Jesus, de Varginha (MG), foi um dos que precisou da vacina e não encontrou. Ele foi mordido no Natal e mesmo sabendo de quem era o cachorro e que ele era vacinado, foi orientado a se vacinar.

“Eu estava na roça de uns amigos meus, todo mundo foi dormir, depois da festa de Natal, fui do lado de fora fumar um cigarro e o cachorro, um fila escapou e me mordeu na mão. Depois do susto, eu lavei com água e sabão. Eu procurei a vacina no SUS e disse que estava em falta no Brasil e eu fiquei sem”, contou.

A reportagem da EPTV Sul de Minas esteve em alguns postos da cidade para comprovar a situação. E só encontraram doses da vacina em um Posto de Saúde da Família (PSF), no bairro Nossa Senhora de Fátima, mesmo assim, elas não estavam disponíveis. “Nós temos quatro vacinas, mas que estão reservadas para um caso específico da cidade. Se outra pessoa precisar, não tem, porque estão reservadas e já estou até recolhimento”, disse a técnica de enfermagem, Beatriz Cristina de Araújo.

Foi feito também um levantamento nas 10 maiores cidades da região e a vacina só foi encontrada em Poços de Caldas (MG). Nas demais – Alfenas, Itajubá, Lavras, Passos, Pouso Alegre, São Sebastião do Paraíso, Três Corações, Varginha e Três Pontas as doses estão em falta.

Questionada sobre o problema, a coordenadora do setor de epidemiologia de Varginha, Roseane Sousa e Silva, informou que o Ministério da Saúde, responsável pela distribuição das doses, enviou um comunicado explicando o problema. “Nós recebemos uma nota informativa e nessa nota eles colocam um problema na questão do vencimento. Eles esperam a regularização no Laboratório Butantã para um novo envio”, explicou.

No entanto, a raiva é uma doença grave, quase mortal, por isso, quem depende da vacina acredita que a situação não poderia ter chegado nesse ponto. Segundo o médico infectologista, Tadeu Henrique Pereira, embora a vacina seja importante, existem outras atitudes que a pessoa pode ter para não ser infectada pela raiva. Uma delas é bem simples, como lavar a área mordida com bastante água e sabão.

“Se uma pessoa for exposta a animal agressor, cachorro ou morcego, ele deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para que se estabeleça o protocolo do Ministério da Saúde nestes casos e se possível conseguir uma consulta médica. O primeiro passo do protocolo é a higiene com água, sabão e antisséptico, que são produtos que tem a capacidade de matar o vírus e que podem ser completados com a vacina ou soro”, explicou.

Fonte: G 1 Sul de Minas