O Programa Nacional de Imunizações (PNI), órgão da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, alterou o calendário básico de vacinação a partir deste ano. O objetivo foi definir melhores estratégias de imunização para a população em geral. Uma das novidades é a universalização da vacinação contra Hepatite B, que passa a ser ofertada para todos, e não mais para pessoas com até 49 anos. Clique aqui e veja o calendário de vacinação completo.
Tendo em vista critérios epidemiológicos, diversos calendários de vacinação foram propostos ao longo dos anos em função de diferentes razões, tais como situação epidemiológica, mudanças nas indicações das vacinas ou incorporação de novas imunizações. Agora, em 2016, seis vacinas apresentaram mudanças, tanto em relação às doses, quanto ao público prioritário. Neste caso, além da Hepapite B, estão Poliomielite, Pneumocócica 10-valente, Hepatite A, HPV e Meningocócica C – conjugada.
A universalização da imunização contra a Hepatite B se deve ao aumento da expectativa e qualidade de vida dos brasileiros. Os idosos representam uma parcela crescente da população e, com a frequência de atividade sexual sem proteção, os riscos de contrair doenças sexualmente transmissíveis, como a Hepatite B, também aumentaram. Durante a 3ª idade, a Hepatite B apresenta características mais graves, portanto, a vacinação é de grande importância.
Outras mudanças
Já a imunização contra a Poliomielite teve sua terceira dose oral (gotinha), administrada aos seis meses, substituída pela Vacina Subcutânea Inativada Poliomielite (VIP). Os reforços administrados aos 15 meses e 4 anos por meio da vacina oral permanecem.
A vacina Pneumocócia 10-valente passará a ser ofertada em duas doses e não mais em três. Para isso, foi adotado um esquema básico com doses aos 2 e 4 meses e reforço, preferencialmente aos 12 meses, podendo ser administrado até os 4 anos de idade. Para crianças de 1 a 4 anos que não foram vacinadas, será administrada dose única.
A imunização contra Hepatite A teve alteração em seu público-prioritário, passando dos 12 para 15 meses de idade. Essa mudança foi adotada com o intuito de reduzir o número de vacinas injetáveis administradas de uma única vez e o desconforto decorrente delas. No entanto, postergar a vacina por três meses não comprometerá a proteção da criança.
A imunização contra o Papiloma Vírus Humana (HPV) passará a ser ofertada em duas doses e não mais em três. Estudos recentes mostram que o esquema com duas doses apresenta resposta de anticorpos em meninas saudáveis de 9 a 14 anos não inferior quando comparada a resposta de mulheres de 15 a 25 anos que receberam três doses. Meninas entre 9 e 26 anos que possuam o vírus HIV devem continuar recebendo o esquema de três doses.
A vacina Meningocócica C (conjugada) será administrada em duas doses. A primeira deve ser aplicada aos três meses de vida, a segunda aos cinco meses e o reforço, preferencialmente aos 12 meses e não mais aos 15, podendo ser aplicado até os 4 anos de idade. Para as crianças de 12 meses a 4 anos, não vacinadas, será administrada uma dose única até os quatro anos.
Não houve modificações em relação à aplicação das vacinas BCG, Pentavalente e DTP, Rotavírus, Febre Amarela, Tríplice Viral, Tetra Viral, Dupla Bacteriana do tipo adulto (dT) e Tríplice Bacteriana Acelular do tipo adulto (DTPa).
Cartão em dia
O cartão de vacinação é um documento indispensável durante o desenvolvimento de uma criança. No entanto, segundo a coordenadora de Imunização da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Tânia Brant, após os 15 anos, ao terminar o calendário de vacinação, muitas pessoas se esquecem de que devem continuar a ser imunizadas contra uma série de doenças.
Além disso, manter o cartão de vacinação em dia é indispensável para o controle sobre as vacinas aplicadas e as que necessitam ser administradas. Além disso, a falta de algumas vacinas ou de sua comprovação pode impedir viagens internacionais ou destinos para áreas endêmicas.
Fonte: Agência Minas